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KERRY CONTRA BUSH
A rápida vitória do senador
John Forbes Kerry sobre os demais postulantes à indicação do Partido Democrata para disputar a sucessão do presidente George W.
Bush é certamente um trunfo para a
sua candidatura. Kerry emerge do
processo de primárias como um
grande vencedor. Arrebatou 27 dos
30 Estados onde já houve disputa e
não sofreu danos significativos nas
por vezes desgastantes prévias.
A administração Bush dividiu o
país, criando um ambiente de polarização para o pleito. Isso ajuda a explicar o rápido consenso dos democratas em torno de Kerry. Ex-rivais
do senador, como Howard Dean e
John Edwards, estão agora entre seus
principais apoiadores. Os contrastes
internos foram minimizados em favor da escolha do pré-candidato que
pareceu reunir as melhores condições de desalojar Bush do número
1.600 da Pennsylvania Avenue.
O atual presidente, por sua vez, já
deu demonstrações suficientes de tenacidade. Venceu a mais polêmica
eleição americana de todos os tempos e está disposto a ficar na Casa
Branca. Conta com fortes apoios e já
arrecadou dezenas de milhões de dólares para a campanha.
No últimos anos, pleitos foram decididos pelos chamados independentes, eleitores não comprometidos nem com os republicanos nem
com os democratas. Com os presentes níveis de polarização, eles deverão ser tão disputados quanto eventuais insatisfeitos de ambos os lados.
O encurtamento das prévias automaticamente alonga a campanha em
si. A partir de agora e pelos próximos
oito meses, Bush e Kerry se enfrentarão em múltiplas arenas. Está previsto para hoje mesmo o início da veiculação de peças publicitárias do Partido Republicano na TV.
A questão é saber como Kerry irá se
comportar diante de um adversário
duro e mais experiente, numa disputa que promete ser das mais difíceis
das últimas décadas.
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