São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2004

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SINAIS DE MARTE

Uma das questões que desafiam a imaginação humana é saber se estamos ou não sozinhos no universo, isto é, se existe vida fora da Terra. Ainda não há uma resposta para a pergunta, mas, nesta semana, ficamos um pouco mais perto de obtê-la: a Nasa (agência espacial norte-americana) afirmou ter descoberto que ao menos uma região da superfície de Marte já esteve impregnada de água e que, em algum período de sua história, constituiu um ambiente hospitaleiro para a vida.
Os achados da sonda Opportunity em Meridiani Planum, perto do equador marciano, indicam que a água já foi abundante no fundo da cratera onde o aparelho pousou. "Água líqüida já fluiu através dessas rochas. Ela modificou sua textura, modificou sua química", anunciou o astrônomo Steve Squyres, principal cientista da missão.
A virtual certeza de que sinais de água seriam encontrados em Marte não basta para diminuir o impacto da descoberta. É só a prova que dá materialidade à suspeita. Além de a própria água ser necessária para a vida como a conhecemos, seu estado de agregação líqüido indica que as temperaturas não eram extremas, o que multiplica as possibilidades biológicas no passado do planeta.
É claro que ainda falta o fundamental, que seria encontrar sinais de vida fóssil ou mesmo atual. Embora a existência de homúnculos verdes em Marte permaneça como uma invenção ficcional, não é impossível que se encontrem microrganismos ainda vivos no planeta vermelho.
A descoberta reforça o interesse de enviar a Marte, se não uma missão tripulada, ao menos uma sonda que seja capaz de trazer à Terra rochas e amostras do solo que, com um pouco de sorte, poderiam nos levar a afirmar de uma vez por todas que a vida é um fenômeno extraplanetário e verdadeiramente universal.


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