São Paulo, terça-feira, 04 de março de 2008

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CPI com fartura

NO TRABALHO , no esporte, na universidade. O noticiário sobre padrões curiosos ou suspeitos de distribuir dinheiro público para organizações civis já abrange um leque variado das atividades humanas.
Primeiro foi revelada a proliferação de convênios entre o Ministério do Trabalho e organizações ligadas ao PDT, com o objetivo de qualificar mão-de-obra. O responsável, ministro Carlos Lupi, presidente do partido, acabou prestigiado. Ganhou do presidente Lula a medalha de campeão do republicanismo na Esplanada.
De medalha, treinamento e campeonato o Ministério dos Esportes entende. De convênios com instituições companheiras também. Desde 2005 a pasta de Orlando Silva Jr. destinou R$ 14 milhões a ONGs dirigidas por correligionários do PC do B. O ministério afirma que segue padrões impessoais na distribuição dos recursos. Donde se conclui que, pelo menos no esporte, os comunistas são páreo duro.
Outro ramo competitivo em se tratando de recursos repassados para fundações é o universitário. No ano passado a verba federal para essas entidades de apoio ao ensino superior mais que duplicou em relação a 2003. A Finatec, por exemplo, apoiou a UnB na compra da mobília luxuosa para a residência do reitor com dinheiro que, segundo o Ministério Público, deveria ter seguido para pesquisa.
A CPI das ONGs, vê-se por essa pequena amostra, terá farto material a investigar.


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