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Editoriais
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Doações ilegais
EM UMA ação inédita, o Tribunal Superior Eleitoral e a
Receita Federal fizeram um
estudo do conjunto de contribuições realizadas nas eleições de
2006 para as campanhas de deputado, senador, governador e
presidente da República. O resultado pode não surpreender,
mas chama a atenção para a necessidade de melhorar a fiscalização para o próximo pleito.
Nada menos que 18,3 mil doadores -13,3% do total- apresentam irregularidades. Esses financiadores repassaram R$ 328
milhões a candidatos. Mesmo
que o montante possa incluir repasses legais -o que deverá ser
esclarecido após a ação da Justiça Eleitoral-, o levantamento
mostra que a prestação de contas
de campanha ainda é em larga
medida um jogo de simulação.
Entre as 4.600 empresas, o
Fisco flagrou casos de companhias que se declararam inativas
ou sem receita bruta declarada.
Entre as 13,7 mil pessoas físicas,
havia doadores com ganhos incompatíveis com as contribuições. Nos dois casos, houve doações acima dos limites legais.
Ressalte-se que essas irregularidades aconteceram após o escândalo do mensalão, quando
mudanças na legislação e na ação
da Justiça Eleitoral elevaram o
rigor contra o caixa dois e outras
fraudes no financiamento de
candidaturas.
Ainda que a iniciativa do TSE e
da Receita deva ser saudada como um importante avanço, é de
surpreender que não tivesse sido
tomada anteriormente. Cabe
realizar esse tipo de levantamento para todos os pleitos, dar publicidade aos casos já identificados e acelerar as punições.
Mais importante é aumentar a
transparência do processo eleitoral com a divulgação na internet do fluxo de recursos diário
das campanhas, identificando
doadores e gastos.
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