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DIA SEM IMIGRANTES
O protesto de 1º de Maio em
favor dos imigrantes ilegais
nos EUA não chegou a paralisar o
país, como esperavam alguns dos organizadores, mas serviu para mostrar que esse contingente calculado
em 12 milhões de pessoas representa
uma fatia considerável da população
e possui alguma força econômica.
A manifestação ocorre num momento em que o Congresso americano debate uma nova legislação sobre
o tema. A Câmara aprovou um projeto que transforma a imigração ilegal
em crime federal, tornando mais fácil prender e deportar estrangeiros irregulares. Qualquer americano que
contrate ilegais ou mesmo que os
proteja -aí incluída a prestação de
cuidados médicos- seria punido.
Paralelamente, tramita no Senado
uma proposta mais branda, que,
apesar de também destinar mais recursos a vigilância das fronteiras,
não trata todos os ilegais como criminosos. Ao contrário, prevê que, ao
cabo de um longo processo, conseguiriam regularizar sua situação e até
mesmo obter a cidadania.
O principal grupo a defender o primeiro projeto é a direita do Partido
Republicano. Com a proposta do Senado estão, a maioria da população
(77%, segundo pesquisa da rede
CNN), democratas, parte dos republicanos, lideranças religiosas e o
próprio presidente George W. Bush.
Para tornar o debate mais apimentado, haverá em novembro eleições
para renovar parte do Congresso. A
baixa popularidade do presidente
Bush pode levar alguns republicanos
receosos de perder o cargo a apelar
para a retórica antiimigração, tema
popular em algumas regiões do país.
Espera-se, entretanto, que os norte-americanos, em sua larga maioria
descendentes de imigrantes, saibam,
no nível dos princípios, reconhecer a
injustiça do projeto dos deputados,
e, num plano mais pragmático, a importância econômica dos ilegais.
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