São Paulo, terça-feira, 04 de maio de 2010

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Editoriais

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Violência em São Paulo

A VIOLÊNCIA na capital paulista voltou a crescer. Após nove anos em queda, o número de assassinatos na cidade de São Paulo subiu 23% -no Estado a alta foi de 7%. Os sequestros e roubos a banco também aumentaram na capital, enquanto os roubos e latrocínios caíram.
A cúpula da Segurança Pública, aparentemente surpreendida pelos números, classificou-os como uma oscilação compreensível após "longo período de redução dos homicídios".
Mas o fato é que as estatísticas de criminalidade divulgadas no início de fevereiro já apontavam uma inflexão na curva dos assassinatos no Estado -com um aumento então concentrado no interior, que agora se estende à capital. Na época, o delegado-geral da Polícia Civil, Domingos Paulo Neto, atribuiu a piora nos índices à crise pela qual o país passou no final de 2008 e no início de 2009.
O diagnóstico -repetido pelo ex-governador José Serra- mostrou-se precipitado, já que o aumento da violência no primeiro trimestre do ano ocorreu num contexto de crescimento acelerado do país. Talvez o raciocínio pudesse explicar a diminuição dos crimes contra o patrimônio, mas é insuficiente para iluminar a evolução da taxa de homicídios.
As estratégias de prevenção precisam levar em conta fatores que escapam a esse esquema simplório, como, por exemplo, as disputas territoriais entre bandidos, a ação de grupos de extermínio e os crimes passionais.
O governo tem reequipado as forças de segurança com mais carros e helicópteros e, de fato, conseguiu diminuir os roubos e furtos. Mas precisará investir em inteligência e aumentar ainda mais a capacidade de rápida identificação dos focos emergentes da violência no Estado. Elevar a taxa de elucidação de crimes, ainda muito baixa, também é imperativo.


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