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ELIANE CANTANHÊDE
Mês novo, vida nova
BRASÍLIA - O Planalto acertou ao
desdenhar o crescimento de Alckmin e alegar que "junho foi o mês
deles". De fato, foi quando Alckmin
teve a maior exposição, com os programas de rádio e TV do PSDB
apresentando o candidato e tentando aprofundar as qualidades que o
eleitor, com ou sem razão, reconhece nele. Foi também em junho que o
PFL usou seu tempo para bater pesado no PT, querendo conter a migração de votos de outros candidatos para Lula.
Mas, assim como junho foi o mês
"deles" (tucanos e pefelistas), todos
os meses anteriores foram de Lula,
que teve uma superexposição na
TV, no rádio e nos jornais compatível com a sua condição de presidente-candidato -ou seja, enorme.
Bastava uma metáfora e Lula estava em todos os telejornais e nas
manchetes. E ele surfou bem em
ondas como a da Petrobras, chegando com índices consistentes nas
pesquisas a um momento decisivo:
o de atrair forças e aliados políticos
nos Estados.
Agora, a partir de julho, a Justiça
Eleitoral limita a simbiose presidente-candidato, e não há mais os
programas de Alckmin. A campanha entra numa nova fase, mais
equilibrada entre os dois e com Heloísa Helena e Cristovam Buarque
também ocupando espaço, apesar
de proporcional aos seus índices.
Lula e Alckmin vão ter palanques
em quase todos Estados. O problema são as traições, o dito pelo não
dito, os acertos por baixo dos panos.
Candidato forte atrai, candidato
fraco afasta. Lula está atraindo o
PMDB, e Alckmin corre, ou corria,
o risco de ver alguns tucanos e muitos pefelistas escorrendo-lhe pelos
dedos para o campo adversário.
É esse movimento que os 29% no
Datafolha podem conter. Mas Alckmin precisa agir, a começar no Ceará, onde o governador tucano Lúcio
Alcântara fala num palanque "Lu-Lu" (Lula-Lúcio), em plena casa do
presidente do PSDB, Tasso Jereissati. Não há campanha que agüente.
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