|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FERNANDO RODRIGUES
As armas de Ciro e Serra
BRASÍLIA - O cenário intermediário prevaleceu. Ciro Gomes (PPS) e José
Serra (PSDB) disputam palmo a palmo o segundo lugar.
Se fazer previsões sobre a sucessão
presidencial já era difícil antes, agora
ficou ainda mais. É impossível dizer
quem é o favorito para disputar o segundo turno contra Lula (PT).
Mesmo assim, dá para identificar
os pontos favoráveis que cada candidato, Ciro e Serra, tem daqui para a
frente. A saber:
Ciro - tem uma imagem televisiva
melhor que a de Serra. Ataca um governo que tem muitos pontos fracos
(o desemprego é um deles). O tucano
não consegue defender inteiramente
a administração FHC. Para finalizar,
Garotinho (PSB) e Lula têm servido
de linha auxiliar nos ataques ao governo federal.
Serra - tem mais tempo de TV que
Ciro. Aproveita a propaganda eletrônica de forma eficiente. Tem farto
material com frases constrangedoras
pronunciadas pelo candidato do
PPS, que nunca se cansa de aumentar semanalmente esse arsenal com
seu destempero verbal.
Há, como se observa, instrumental
dos dois lados. Até agora, o tucano
usou os seus aparatos de forma mais
eficaz do que Ciro. É correto supor
que essa tendência se repetirá até o final? Não, não é.
É difícil saber a reação que o eleitorado terá à promessa de 8 milhões de
empregos feita por Serra e tão bem
desconstruída pelos adversários.
Também é impossível prever o efeito
das declarações estapafúrdias de Ciro, como aquela sobre o papel de Patrícia Pillar em sua campanha.
Há um fator, entretanto, que pode
desequilibrar a disputa a favor de
Serra. O tucano tem muito mais tempo de TV do que Ciro. Esse é um dado
concreto. Independe de análises subjetivas. Se o candidato do PPS continuar a perder seus preciosos minutos
na Justiça, a situação pode talvez se
resolver antes de 6 de outubro.
Texto Anterior: São Paulo - Clóvis Rossi: Baixaria pedagógica Próximo Texto: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Não vi e gostei Índice
|