São Paulo, quarta-feira, 04 de setembro de 2002 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES Despertar e agir
PAULO ROBERTO DE MIRANDA UCHÔA
Assumamos que temos nossos pontos fracos. Vamos identificá-los e torná-los fortes, criando um escudo protetor contra a sedução. Há que perguntar: Não será preciso grande soma de dinheiro? Fácil é entender que as ações de prevenção, principalmente a primária, na qual se destacam a educação, a informação e a capacitação, são as que menos necessitam de recursos. E as únicas que chegam antes da droga. Mais do que dinheiro, as ações de conscientização dependem de envolvimento de todos, como já foi dito. Que não se pense que há fórmula mágica para isso, tampouco que elas sejam acertadas e implementadas dos gabinetes de Brasília e só por eles. É responsabilidade de todos. E, para que as ações tenham efeito, precisam ser descentralizadas e regionalizadas. Por isso temos insistido na constituição de conselhos municipais antidrogas, os chamados Comads. É a forma institucional de as autoridades municipais assumirem sua cota de responsabilidade. É no município que o usuário vive, adquire a droga e é lá, também, que faz uso dela. Por intermédio dos Comads, os municípios terão canal direto com os conselhos estaduais e a Secretaria Nacional. Surpresa é que instrumento de tamanha importância para a questão das drogas ainda tenha tão pouca adesão. O número de conselhos já constituídos não chega a um quinto dos mais de 5.000 municípios brasileiros. É preciso ter pressa. Convém ressaltar que todos os jovens, sem exceção, terão um momento em suas vidas -talvez o mais importante delas- em que deverão decidir se querem ou não usar drogas. E esse momento virá, mais cedo ou mais tarde, neste ou naquele lugar. E como poderemos estar presentes nesse momento? O que fazer para não sermos omissos? Simplesmente criando condições para que ele decida com informação, conhecimento e maturidade. Com a sociedade mobilizada e capacitada, principalmente nos níveis municipais e comunitários, haveremos de ter êxito. Paulo Roberto Yog de Miranda Uchôa, 62, general de Divisão da Reserva do Exército, é secretário nacional Antidrogas da Presidência da República. Texto Anterior: TENDÊNCIAS/DEBATES Boaventura de Souza Santos: A cúpula sequestrada Próximo Texto: Painel do Leitor Índice |
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