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Rede de segurança
DIANTE DA propagação da
crise das hipotecas de alto
risco norte-americanas
pelos mercados financeiros globais, o presidente George W.
Bush anunciou na sexta-feira um
conjunto de medidas para o setor de crédito imobiliário.
Foi criado um programa
-FHA-Secure- para facilitar o
refinanciamento das dívidas.
Procura-se garantir o imóvel aos
mutuários com bom crédito, mas
que podem deixar de honrar os
pagamentos devido ao aumento
das prestações.
Estima-se que 2,2 milhões de
hipotecas terão suas taxas de juros reajustadas nos próximos
dois anos. Delineou-se ainda um
projeto para modernizar a agência Federal Housing Administration, criada em 1934 para regular
o mercado imobiliário e fornecer
seguro para os empréstimos de
maior risco, beneficiando populações de menor renda.
Como afirmou o presidente:
"Não é função do governo socorrer especuladores ou aqueles que
decidiram comprar casas que
não poderiam pagar. Mas há
muitos proprietários de casas
que podem superar este momento difícil com uma pequena flexibilização de seus credores ou
uma pequena ajuda do governo".
Dessa forma, a Casa Branca auxilia a montagem de uma rede de
segurança, ao ajudar os mutuários a refinanciar suas dívidas,
evitando a execução judicial e a
perda do imóvel, bem como ao
facilitar o acesso dos americanos
mais pobres à casa própria.
O Fed (banco central dos
EUA), por sua vez, reduziu a taxa
de redesconto e injetou US$ 150
bilhões na economia. Assim, vários instrumentos vão sendo utilizados pelo governo norte-americano para recuperar a estabilidade do mercado financeiro e
"manter o maior número de famílias em casa". Talvez, não sejam ainda medidas suficientes
para debelar o alastramento da
incerteza pelo restante da economia, mas caminham na direção correta. Se a crise se aprofundar, o Fed tem ainda o recurso de
reduzir a taxa de juros de curto
prazo para aplacar a aversão ao
risco dos investidores.
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