São Paulo, domingo, 04 de novembro de 2007

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Estagnação competitiva

É VERDADE que a economia brasileira avançou em vários aspectos nos últimos anos -inflação, contas externas, retomada do crescimento. Esse movimento impulsionou uma melhora na percepção do risco de investir no Brasil.
Problemas crônicos, no entanto, continuaram responsáveis pela má posição do país no Relatório Global de Competitividade, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial. Conforme a versão recém-divulgada, se o Brasil avançou, outras nações importantes o fizeram numa velocidade maior.
De 2006 a 2007, o Brasil caiu da 66ª para a 72ª colocação no ranking com 131 países. A lista foi liderada pelos EUA, seguidos por Suíça e Dinamarca. O Brasil ficou atrás de várias nações latino-americanas -Chile (26ª), México (52ª) e Colômbia (69ª)- e emergentes -China (34ª), Índia (48ª) e Turquia (53ª).
Embora o Brasil conte com grande mercado interno e um parque produtivo diversificado, a competitividade continua travada por elevada carga tributária, juros altos, gasto público ineficiente, burocracia excessiva e deficiências na infra-estrutura e na educação. Os indicadores apontam para uma ausência generalizada de confiança nas instituições públicas, seja pela corrupção, seja pela morosidade.
O quadro atual, de crescimento econômico, é propício para reformas que melhorem o ambiente macroeconômico e o empresarial. Quando todos estão ganhando, fica mais fácil arbitrar mudanças, por exemplo, no peso e na distribuição dos impostos. Infelizmente, estamos desperdiçando a oportunidade.


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