São Paulo, quarta-feira, 04 de novembro de 2009

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Editoriais

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Violência em São Paulo

DEPOIS do pico de violência no Estado de São Paulo, registrado em 1999, houve uma significativa redução da criminalidade a partir do início desta década. Em 2000, ocorriam 15 assassinatos por dia na capital paulista e agora são 3,5.
No entanto, os índices dos três últimos trimestres indicam que esse movimento de queda dá lugar a uma acomodação.
Comparando-se o último trimestre com o mesmo período do ano anterior, o número de homicídios dolosos subiu 5% em meio ao aumento de latrocínios, roubos e sequestros, entre outras modalidades de crime. Tomando-se um período mais abrangente -os últimos 12 meses-, foram 4.608 casos de homicídio, 4% a mais do que os 12 meses anteriores.
A Secretaria de Segurança Pública ressalta o declínio de 8% nos assassinatos do segundo para o terceiro trimestre. Trata-se sem dúvida de um dado positivo, mas que ainda precisa repetir-se para ser considerado tendência.
As taxas de criminalidade em São Paulo, vale lembrar, são bem inferiores à média nacional. No Estado, contam-se 10,8 assassinatos por 100 mil habitantes; no Rio de Janeiro, o índice é 45,1; em Pernambuco, 51,6; no Espírito Santo, 56,6.
A sociedade paulista não pode, entretanto, se satisfazer com o avanço obtido na última década. A meta doravante deveria ser atingir níveis de violência similares aos de países desenvolvidos, o que implica diminuir a taxa de São Paulo pelo menos à metade da atual.
Entre tantos desafios, torna-se fundamental compreender a nova geografia dos homicídios. Se a redução da taxa se mantém na capital, verificam-se elevações de índices em algumas cidades do interior, caso dos municípios próximos a Campinas e os da Baixada Santista.


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