|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Editoriais
editoriais@uol.com.br
Violência em São Paulo
DEPOIS do pico de violência
no Estado de São Paulo,
registrado em 1999, houve uma significativa redução da
criminalidade a partir do início
desta década. Em 2000, ocorriam 15 assassinatos por dia na
capital paulista e agora são 3,5.
No entanto, os índices dos três
últimos trimestres indicam que
esse movimento de queda dá lugar a uma acomodação.
Comparando-se o último trimestre com o mesmo período do
ano anterior, o número de homicídios dolosos subiu 5% em meio
ao aumento de latrocínios, roubos e sequestros, entre outras
modalidades de crime. Tomando-se um período mais abrangente -os últimos 12 meses-,
foram 4.608 casos de homicídio,
4% a mais do que os 12 meses anteriores.
A Secretaria de Segurança Pública ressalta o declínio de 8%
nos assassinatos do segundo para o terceiro trimestre. Trata-se
sem dúvida de um dado positivo,
mas que ainda precisa repetir-se
para ser considerado tendência.
As taxas de criminalidade em
São Paulo, vale lembrar, são bem
inferiores à média nacional. No
Estado, contam-se 10,8 assassinatos por 100 mil habitantes; no
Rio de Janeiro, o índice é 45,1;
em Pernambuco, 51,6; no Espírito Santo, 56,6.
A sociedade paulista não pode,
entretanto, se satisfazer com o
avanço obtido na última década.
A meta doravante deveria ser
atingir níveis de violência similares aos de países desenvolvidos,
o que implica diminuir a taxa de
São Paulo pelo menos à metade
da atual.
Entre tantos desafios, torna-se
fundamental compreender a nova geografia dos homicídios. Se a
redução da taxa se mantém na
capital, verificam-se elevações
de índices em algumas cidades
do interior, caso dos municípios
próximos a Campinas e os da
Baixada Santista.
Texto Anterior: Editoriais: Arapuca parlamentar Próximo Texto: São Paulo - Fernando de Barros e Silva: A São Paulo de Lévi-Strauss Índice
|