São Paulo, quarta-feira, 04 de dezembro de 2002

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REDE CONGESTIONADA

Computadores e a internet vieram para facilitar a vida. Nunca foi tão fácil e barato se comunicar. Pessoas separadas por distâncias continentais podem falar uma com a outra on-line a custo de uma ligação local. Clássicos da literatura universal estão na rede à disposição de quem quiser lê-los. É possível acompanhar pelas publicações científicas as mais recentes novidades em todas as áreas do conhecimento.
É claro que também há inconvenientes. Além dos vírus, vem ganhando força uma outra modalidade de praga virtual, os spams, mensagens, em geral publicitárias, que chegam aos usuários sem que ninguém as tenha pedido ou autorizado.
O spam lembra um pouco os impressos que vêm pelo correio tradicional, com a diferença de que, no caso dos computadores, é o internauta que acaba pagando pelas mensagens indesejadas. Spams já respondem por 40% do tráfego de e-mails no Brasil. Provedores de acesso, para dar conta da demanda extra, adquirem novos equipamentos e repassam os custos para seus assinantes. Não é só. No Brasil, 92% dos internautas se conectam por telefone. Pagam pelos impulsos que gastam para receber as mensagens. Num cálculo conservador, spams geram despesas de R$ 86 milhões por mês.
É um bom negócio para o "anunciante" que consegue levar a sua mensagem para um bom número de pessoas sem gastar muito. Mas empresas tradicionais não utilizam essa forma de propaganda, pois ela causa profunda irritação nos usuários. Os campeões de spams acabam sendo pequenas lojas de produtos de informática, redes de pornografia e prostituição, cassinos virtuais, fornecedores de medicamentos contra impotência e frigidez, além de vasta gama de picaretas.
Existem iniciativas legislativas para tentar coibir os spams, mas dificilmente trarão os resultados desejados. Na verdade, não há muito o que se possa fazer, além de boicotar os produtos dos que praticam spams.


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