BRASÍLIA - Será uma surpresa e uma demonstração do estilo de sua administração Lula anunciar de uma vez todos os seus ministros e a diretoria do Banco Central. O presidente eleito prometeu uma divulgação em bloco. Há evidências de que o faça amanhã ou na sexta-feira -embora possa optar por um anúncio parcial dos nomes.
Será uma surpresa a nomeação do ministério completo. Até ontem só três ou quatro nomes eram dados como certos no Congresso, a Casa em que tudo se fala e se sabe. Se cumprir sua promessa, Lula terá demonstrado uma capacidade inédita na história de Brasília de manter em sigilo informações de governo.
Para executar seu feito, o presidente eleito terá conversado, direta ou indiretamente, com 21 futuros ministros e cinco secretários de Estado. Tudo isso sem vazamentos para a mídia.
Parece irrelevante, mas não é. Quem acompanha as relações comezinhas da política em Brasília sabe que Lula terá operado quase um milagre ao impedir os vazamentos.
Se cumprir a promessa, Lula demonstrará que seu governo terá um núcleo central muito fechado. Não será em nada parecido com as administrações porosas a que o Palácio do Planalto se acostumou.
Resta saber se o plano será mesmo concretizado. A avaliação mais ou menos consensual na equipe de transição petista é a de que haverá uma saída intermediária. Nesta semana só seriam conhecidos os nomes da equipe econômica, do grupo que trabalhará no Palácio do Planalto e também da diretoria do Banco Central. Depois da viagem aos EUA, Lula anunciaria os outros ministros.
É um cenário mais exequível. Nesse caso, pouca novidade. Como os nomes das equipes econômica e do Planalto já são conhecidos, Lula estará debutando com um estilo parecido ao de outros presidentes brasileiros. Promete uma coisa, mas a conjuntura o obriga a fazer outra.


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