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São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2003

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EXCLUSÃO EDUCACIONAL

Apesar de alguns avanços registrados nos últimos anos, ainda é enorme o desafio do país no campo da educação. Há problemas graves de exclusão em praticamente todas as faixas etárias.
Para começar, apenas 9,4% das crianças entre 0 e 3 anos frequentam creches, segundo o estudo "Mapa da Exclusão Educacional", do Ministério da Educação, feito com base em dados do Censo 2000. Isso significa que quase 91% das crianças do país não têm acesso a creches, o que traz implicações não apenas educacionais como também sociais.
A situação melhora um pouco para a população entre 4 e 6 anos. Aproximadamente 39% desse universo não é atendido pela pré-escola. A moderna pedagogia, porém, recomenda que o processo de aprendizado se inicie antes dos 6 anos. Depois disso, a maior parte do desenvolvimento do cérebro já está concluída. Para quase 40% da população nessa faixa etária, portanto, o ensino, quando vier, chegará tarde. Essas crianças dificilmente terão um desempenho escolar comparável ao das que começaram os seus estudos mais cedo.
Entre os jovens de 7 a 14 anos, o contingente de excluídos é de 5,5%. A proporção ainda é alta quando se considera que o governo anterior celebrou diversas vezes a "universalização" do ensino fundamental. Em termos absolutos, 1,4 milhão de crianças entre 7 e 14 anos -faixa etária em que o ensino é obrigatório- estão fora da escola.
É urgente não apenas resgatar os excluídos como principalmente criar as condições para oferecer escola para todos, da creche ao ensino médio. O sonho de o Brasil entrar para o clube dos países desenvolvidos sempre esbarra também no fraco desempenho da educação. Se esse problema não for equacionado de forma consistente, dificilmente o país se livrará do subdesenvolvimento.


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