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FERNANDO RODRIGUES
Começa o espetáculo
BRASÍLIA - Lula dá início hoje ao
loteamento dos cargos federais de
seu próximo mandato. Começa a
receber cúpulas partidárias e caciques políticos isolados.
Muita gente está salivando nos
partidos ditos aliados. No PMDB, o
clima é quase de festa. Lula teria se
decidido pelo sistema chamado de
"porteira fechada". Os ministérios
serão entregues e os peemedebistas
farão como bem entenderem o rateio de cadeiras da estrutura interna da pasta.
Quando alguém pergunta no Palácio do Planalto sobre o risco de
dar um ministério completo para
um determinado partido, ouve-se
elogios ao período em que esse método era usado no governo FHC. O
paradigma mencionado por petistas é o do Ministério dos Transportes, então comandado pelo deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS).
Do ponto de vista da lógica do sistema político atual, é muito difícil
um presidente fugir do modelo fisiológico abraçado com gosto por
Lula. A chance de tal coalizão prosperar depende do desempenho do
governo na área econômica e da popularidade presidencial.
Não há sinal de que PMDB, PTB,
PP, PR (ex-PL), PSB, PDT e PC do B
estejam indicando algum gênio capaz de "destravar" a economia, para
usar o vocabulário lulista. Entre os
remanescentes no governo também não se enxerga grande novidade para o Brasil crescer além dos
atuais cerca de 3% ao ano. Tudo somado, a mediocridade deverá imperar também em 2007.
O dissidente mais vistoso do
PMDB, o senador eleito por Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, calcula que a coalizão anunciada agora
por Lula dure apenas seis meses. É
uma previsão a ser considerada.
Se em junho do ano que vem o
país continuar andando de lado, o
vaticínio jarbista tem chances reais
de se tornar realidade.
frodriguesbsb@uol.com.br
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