São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2008

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Editoriais

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Os cortes de Kassab

O VEREADOR Milton Leite (DEM), relator do novo Orçamento na Câmara paulistana, anunciou corte de R$ 2,2 bilhões na peça orçamentária de 2009. A redução equivale a quase 7,5% do gasto de R$ 29,4 bilhões previsto pela administração para o próximo ano.
A diminuição -feita em sintonia com o prefeito reeleito Gilberto Kassab (DEM)- já leva em conta a realidade imposta pela crise econômica. A Secretaria de Finanças projeta que mesmo o montante de recursos previsto para 2008, de R$ 25,2 bilhões, dificilmente será alcançado.
A previsão orçamentária mais enxuta para 2009 já delineia os limites da gestão. O relator informa que os cortes afetarão investimentos como canalização de córregos e terminais de ônibus. Mas diz que serão mantidos os gastos sociais e as promessas de campanha, como o investimento no metrô, a eliminação do déficit de vagas nas creches e a extinção do terceiro turno escolar -conhecido como "turno da fome".
Já a acomodação de aliados na administração segue linha oposta ao enxugamento orçamentário. Enquanto o DEM critica toda iniciativa do gênero no governo federal, a principal estrela do antigo PFL cria um número recorde de secretarias para beneficiar políticos de sua base. A prefeitura vai contar em 2009 com 27 pastas, seis a mais do que havia quando Kassab assumiu.
A Secretaria da Segurança será recriada, depois de extinta no início da gestão Serra/Kassab. O novo organograma inclui ainda as secretarias de Direitos Humanos, Controle Urbano, Desenvolvimento Urbano e Especial da Mulher. Outra novidade, a Desburocratização, foi estabelecida no início deste ano.
Ainda está indefinido qual será o custo desses novos órgãos para o erário. Mas a multiplicação de pastas contrasta com a racionalidade administrativa exigida em época de crise internacional.


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