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Os cortes de Kassab
O VEREADOR Milton Leite
(DEM), relator do novo
Orçamento na Câmara
paulistana, anunciou corte de R$
2,2 bilhões na peça orçamentária
de 2009. A redução equivale a
quase 7,5% do gasto de R$ 29,4
bilhões previsto pela administração para o próximo ano.
A diminuição -feita em sintonia com o prefeito reeleito Gilberto Kassab (DEM)- já leva em
conta a realidade imposta pela
crise econômica. A Secretaria de
Finanças projeta que mesmo o
montante de recursos previsto
para 2008, de R$ 25,2 bilhões, dificilmente será alcançado.
A previsão orçamentária mais
enxuta para 2009 já delineia os
limites da gestão. O relator informa que os cortes afetarão investimentos como canalização de
córregos e terminais de ônibus.
Mas diz que serão mantidos os
gastos sociais e as promessas de
campanha, como o investimento
no metrô, a eliminação do déficit
de vagas nas creches e a extinção
do terceiro turno escolar -conhecido como "turno da fome".
Já a acomodação de aliados na
administração segue linha oposta ao enxugamento orçamentário. Enquanto o DEM critica toda iniciativa do gênero no governo federal, a principal estrela do
antigo PFL cria um número recorde de secretarias para beneficiar políticos de sua base. A prefeitura vai contar em 2009 com
27 pastas, seis a mais do que havia quando Kassab assumiu.
A Secretaria da Segurança será
recriada, depois de extinta no
início da gestão Serra/Kassab. O
novo organograma inclui ainda
as secretarias de Direitos Humanos, Controle Urbano, Desenvolvimento Urbano e Especial da
Mulher. Outra novidade, a Desburocratização, foi estabelecida
no início deste ano.
Ainda está indefinido qual será
o custo desses novos órgãos para
o erário. Mas a multiplicação de
pastas contrasta com a racionalidade administrativa exigida em
época de crise internacional.
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