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ESTAGNAÇÃO EUROPÉIA
A taxa de crescimento da
economia da área do euro vem
caindo sistematicamente: 3,5% em
2000, 1,6% em 2001, 0,9% em 2002 e
0,4% em 2003, de acordo com o sistema de informações Eurostat. A
área do euro é formada pelos países
da União Européia que aderiram à
moeda única. Nessa região, as taxas
de crescimento econômico têm sido
registradas num cenário de queda
nos níveis de investimento privado,
aumento do gasto público e elevação
das exportações. Porém a recente valorização da moeda européia diante
do dólar vai reduzindo o ímpeto do
setor exportador. O superávit comercial caiu de 130,6 bilhões em 2002
para 109,8 bilhões em 2003.
A situação do déficit público também tem se deteriorado. Nos países
da área do euro, o déficit subiu de
2,3% do PIB em 2002 para 2,7% do
PIB em 2003. Outro mau sinal foi o
aumento da relação entre dívida pública e PIB, que passou de 69,2% em
2002 para 70,4% em 2003. Seis países
romperam a barreira de 60% do PIB,
definida pelas autoridades européias
para o endividamento público: Itália
(106,2%), Grécia (102,4%), Bélgica
(100,5%), Áustria (65%), Alemanha
(64,2%) e França (63%).
A política monetária do Banco
Central Europeu (BCE) persegue
uma meta de inflação de 2%. O índice de inflação dos países da área do
euro foi de 1,6% em fevereiro e deverá
permanecer nesse patamar em março. A elevada taxa de desemprego
(8,8% em 2003) e a valorização da
moeda ajudam a conter as pressões
inflacionárias, mas também afetam
o dinamismo econômico.
A despeito do baixo nível de atividade industrial e da queda do índice de
preços, o BCE manteve a taxa de juro
básica. A rígida política monetária e
as restrições fiscais vão, dessa forma,
dificultando a implementação de
uma política mais expansionista na
Europa. Uma redução dos juros
(atualmente em 2% ao ano, o dobro
da taxa norte-americana) poderia
ajudar a conter o surto de valorização
da moeda e permitir uma recuperação da atividade, o que favoreceria o
euro no médio prazo.
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