São Paulo, segunda-feira, 05 de abril de 2004

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ESTAGNAÇÃO EUROPÉIA

A taxa de crescimento da economia da área do euro vem caindo sistematicamente: 3,5% em 2000, 1,6% em 2001, 0,9% em 2002 e 0,4% em 2003, de acordo com o sistema de informações Eurostat. A área do euro é formada pelos países da União Européia que aderiram à moeda única. Nessa região, as taxas de crescimento econômico têm sido registradas num cenário de queda nos níveis de investimento privado, aumento do gasto público e elevação das exportações. Porém a recente valorização da moeda européia diante do dólar vai reduzindo o ímpeto do setor exportador. O superávit comercial caiu de 130,6 bilhões em 2002 para 109,8 bilhões em 2003.
A situação do déficit público também tem se deteriorado. Nos países da área do euro, o déficit subiu de 2,3% do PIB em 2002 para 2,7% do PIB em 2003. Outro mau sinal foi o aumento da relação entre dívida pública e PIB, que passou de 69,2% em 2002 para 70,4% em 2003. Seis países romperam a barreira de 60% do PIB, definida pelas autoridades européias para o endividamento público: Itália (106,2%), Grécia (102,4%), Bélgica (100,5%), Áustria (65%), Alemanha (64,2%) e França (63%).
A política monetária do Banco Central Europeu (BCE) persegue uma meta de inflação de 2%. O índice de inflação dos países da área do euro foi de 1,6% em fevereiro e deverá permanecer nesse patamar em março. A elevada taxa de desemprego (8,8% em 2003) e a valorização da moeda ajudam a conter as pressões inflacionárias, mas também afetam o dinamismo econômico.
A despeito do baixo nível de atividade industrial e da queda do índice de preços, o BCE manteve a taxa de juro básica. A rígida política monetária e as restrições fiscais vão, dessa forma, dificultando a implementação de uma política mais expansionista na Europa. Uma redução dos juros (atualmente em 2% ao ano, o dobro da taxa norte-americana) poderia ajudar a conter o surto de valorização da moeda e permitir uma recuperação da atividade, o que favoreceria o euro no médio prazo.


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