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ASSALTO A QUARTÉIS
Um depósito de armamentos
da Aeronáutica, localizado no
Rio de Janeiro, foi atacado por uma
quadrilha na segunda-feira, tendo
rendido aos marginais 22 fuzis e
uma pistola. Esse tipo de ação não é
inédito, tampouco raro. Em agosto
do ano passado, o Parque de Material
Bélico, da mesma Aeronáutica, já fora invadido por bandidos, que levaram 11 fuzis e cinco pistolas. Mais recentemente, em março, foram furtadas dez submetralhadoras de uma
unidade da Marinha, também situada na capital fluminense.
Ao mesmo tempo em que quartéis
são assaltados, vão se tornando rotineiras as descobertas de armas pesadas, de uso militar, em posse de traficantes. Não apenas fuzis e metralhadoras integram esse verdadeiro arsenal fora-da-lei, mas até mesmo bazucas, granadas e minas terrestres. O
comando do Exército assegurou recentemente que as Forças Armadas
usam critérios "rígidos" para guardar seus armamentos. A realidade,
no entanto, tem demonstrado que
eles nem sempre são suficientemente rigorosos a ponto de conter essas
investidas audaciosas do crime.
Entre os diversos aspectos considerados quando se discute a participação de tropas militares no combate
ao narcotráfico ou no policiamento
de áreas críticas, um diz respeito aos
riscos de que elos mais fracos da corporação possam sucumbir a pressões corruptoras. A ameaça é real e
exige redobrada atenção dos comandos, mesmo porque há fortes indícios de que elementos internos possam estar colaborando com essas
ações ou desviando armamentos para mãos indevidas.
É de esperar que as Forças Armadas tratem realmente com rigor da
guarda de seu material bélico, uma
vez que dispõem de recursos humanos e de equipamentos para fazê-lo.
Caso contrário, a instituição acabará
por expor sua imagem e sua credibilidade a arranhões que devem -e
podem- ser evitados.
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