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Adoção polêmica
Pouco mais da metade dos brasileiros (51%) se diz contrária à
adoção de crianças por casais homossexuais, direito que já foi reconhecido por juízes em sete capitais do país e também pelo Superior Tribunal de Justiça.
Não deixa de ser compreensível
a parcela de rejeição, expressa na
recém-divulgada pesquisa Datafolha, que recai sobre essa nova
forma de organização familiar,
ainda rara no Brasil.
A grande maioria dos brasileiros, mesmo entre os mais liberais,
não conhece casais gays que
criem seus filhos conjuntamente.
Ainda não há, em número expressivo, uma geração de jovens educados por pessoas do mesmo sexo
que possam, com seu testemunho, mitigar os temores que o desconhecimento naturalmente instila nas pessoas.
São recentes, além disso, as
mudanças comportamentais e sociais que ampliaram a aceitação
do homossexualismo. Não à toa,
registra-se entre os mais velhos o
maior grau de rejeição à adoção
por casais gays -68% das pessoas
com 60 anos ou mais são contrárias a essa prática.
Mas aí também se revela o que
há de positivo nos números auferidos no levantamento: não apenas
a sociedade brasileira dá sinais de
ser razoavelmente tolerante, como tende a sê-lo cada vez mais.
Do total dos entrevistados, 39%
de declararam favoráveis à adoção por casais do mesmo sexo. Entre os mais jovens, a fração dos
que aceitam essa solução supera a
dos que a rejeitam -58% dos entrevistados entre 16 e 24 anos
aprovam o novo modelo familiar,
contra 34% que o rejeitam.
Parecem compreender, com razão, o quanto é improvável a existência de danos psicológicos às
crianças como consequência da
opção sexual de seus novos pais.
Inegáveis, isso sim, são os malefícios do abandono.
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