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INDÚSTRIA PESSIMISTA
Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, a
maior parte do setor acredita que será preciso reduzir a produção e fazer
demissões para cumprir as metas de
racionamento de energia.
As grandes indústrias tendem a
cortar a produção e a demitir menos
porque têm mais condições de acessar fontes alternativas de energia elétrica. Segundo a pesquisa, 78% das
maiores indústrias dispõem de algum meio extraordinário para obter
eletricidade. Entre as pequenas, a cifra cai para 33%.
Apesar dessa diferença, a crise de
eletricidade afeta o país todo. Decerto a ação daqueles que têm maior poder de fogo contribui para minorar o
impacto global da crise. Mas ainda é
preciso uma ação mais eficaz do governo nesse sentido.
Muitas empresas têm geradores
que estão desligados. Colocar um
aparelho desses em funcionamento
faz sentido para uma empresa apenas quando o custo adicional de usar
o gerador supera as perdas de ter que
reduzir a produção.
Se a lógica é correta do ponto de
vista de uma firma, o mesmo não vale para um país que enfrenta uma crise energética. Por isso, seria razoável
que o governo criasse mecanismos
para incentivar o uso dos geradores,
como os leilões de não-consumo:
pagar pela energia que as empresas
deixam de retirar do sistema público.
Especialistas afirmam que há geradores que também podem ser usados em co-geração (aproveitamento
de resíduos do processo produtivo
para gerar energia). Um programa
que oferecesse assistência e financiamento seria uma alternativa para incentivar a compra de equipamentos
que posteriormente viabilizassem o
aumento da co-geração no país.
Há propostas sérias acerca de soluções mais eficazes para contornar a
crise. Para que as melhores idéias sejam encontradas, é preciso que o governo saia do isolamento e ouça mais
a sociedade civil.
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