São Paulo, quinta-feira, 05 de julho de 2001

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INDÚSTRIA PESSIMISTA

Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, a maior parte do setor acredita que será preciso reduzir a produção e fazer demissões para cumprir as metas de racionamento de energia.
As grandes indústrias tendem a cortar a produção e a demitir menos porque têm mais condições de acessar fontes alternativas de energia elétrica. Segundo a pesquisa, 78% das maiores indústrias dispõem de algum meio extraordinário para obter eletricidade. Entre as pequenas, a cifra cai para 33%.
Apesar dessa diferença, a crise de eletricidade afeta o país todo. Decerto a ação daqueles que têm maior poder de fogo contribui para minorar o impacto global da crise. Mas ainda é preciso uma ação mais eficaz do governo nesse sentido.
Muitas empresas têm geradores que estão desligados. Colocar um aparelho desses em funcionamento faz sentido para uma empresa apenas quando o custo adicional de usar o gerador supera as perdas de ter que reduzir a produção.
Se a lógica é correta do ponto de vista de uma firma, o mesmo não vale para um país que enfrenta uma crise energética. Por isso, seria razoável que o governo criasse mecanismos para incentivar o uso dos geradores, como os leilões de não-consumo: pagar pela energia que as empresas deixam de retirar do sistema público.
Especialistas afirmam que há geradores que também podem ser usados em co-geração (aproveitamento de resíduos do processo produtivo para gerar energia). Um programa que oferecesse assistência e financiamento seria uma alternativa para incentivar a compra de equipamentos que posteriormente viabilizassem o aumento da co-geração no país.
Há propostas sérias acerca de soluções mais eficazes para contornar a crise. Para que as melhores idéias sejam encontradas, é preciso que o governo saia do isolamento e ouça mais a sociedade civil.


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