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VALDO CRUZ
Novos amores
BRASÍLIA - Hoje, José Serra é o candidato a presidente de uma aliança
governista integrada por PSDB e
PFL. Sua posição nas pesquisas e seu
trabalho no Ministério da Saúde lhe
garantiram esse direito.
A avaliação não é de nenhum aliado do ministro. É de um membro da
cúpula pefelista, que está novamente
de namoro com os tucanos.
Serra não é o nome dos sonhos do
PFL, que continua preferindo os governadores Tasso Jereissati ou Geraldo Alckmin. Mas a cúpula pefelista
sabe que, no momento, não tem condições de trabalhar contra a candidatura do ministro.
Oficialmente, os pefelistas vão continuar dizendo que ainda não há um
candidato natural do governo. Algo
que agrada a José Serra, que não
quer se lançar desde já.
O PFL, que tem dúvidas quanto à
viabilidade eleitoral do ministro,
quer aguardar também a evolução
das pesquisas. Nas últimas Serra começou a cair. Uma queda ainda
maior até o final do ano pode custar
ao ministro a sua candidatura.
Mesmo nesse caso Serra não poderia ser simplesmente colocado para
escanteio. Desistindo, teria papel importante na escolha do nome que o
substituiria.
O apoio meio que forçado e ainda
tímido do PFL é uma vitória do ministro. Com o racha no PMDB, ele
viu seu parceiro ideal se transformar
numa incógnita. Caso os peemedebistas fiquem com Itamar, Serra já
não conta com uma resistência dos
pefelistas a seu nome. Exceto, é claro,
o grupo de ACM.
O PFL diz, no entanto, que sua adesão a Serra tem condicionantes. O
partido quer o apoio tucano a seus
candidatos na disputa de alguns Estados, além da vaga de vice.
Caso contrário, ameaçam lançar
candidato próprio. Os tucanos encaram apenas como uma ameaça.
Acham que o PFL não tem nome viável. Os pefelistas discordam. Citam
que Roseana Sarney apareceu em
pesquisas na mesma faixa de Serra.
Agora, de pouco vai adiantar tanta
articulação se o dólar continuar subindo como ontem. Aí, ninguém com
cara de governo será viável.
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