São Paulo, quinta-feira, 05 de julho de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VALDO CRUZ

Novos amores

BRASÍLIA - Hoje, José Serra é o candidato a presidente de uma aliança governista integrada por PSDB e PFL. Sua posição nas pesquisas e seu trabalho no Ministério da Saúde lhe garantiram esse direito.
A avaliação não é de nenhum aliado do ministro. É de um membro da cúpula pefelista, que está novamente de namoro com os tucanos.
Serra não é o nome dos sonhos do PFL, que continua preferindo os governadores Tasso Jereissati ou Geraldo Alckmin. Mas a cúpula pefelista sabe que, no momento, não tem condições de trabalhar contra a candidatura do ministro.
Oficialmente, os pefelistas vão continuar dizendo que ainda não há um candidato natural do governo. Algo que agrada a José Serra, que não quer se lançar desde já.
O PFL, que tem dúvidas quanto à viabilidade eleitoral do ministro, quer aguardar também a evolução das pesquisas. Nas últimas Serra começou a cair. Uma queda ainda maior até o final do ano pode custar ao ministro a sua candidatura.
Mesmo nesse caso Serra não poderia ser simplesmente colocado para escanteio. Desistindo, teria papel importante na escolha do nome que o substituiria.
O apoio meio que forçado e ainda tímido do PFL é uma vitória do ministro. Com o racha no PMDB, ele viu seu parceiro ideal se transformar numa incógnita. Caso os peemedebistas fiquem com Itamar, Serra já não conta com uma resistência dos pefelistas a seu nome. Exceto, é claro, o grupo de ACM.
O PFL diz, no entanto, que sua adesão a Serra tem condicionantes. O partido quer o apoio tucano a seus candidatos na disputa de alguns Estados, além da vaga de vice.
Caso contrário, ameaçam lançar candidato próprio. Os tucanos encaram apenas como uma ameaça. Acham que o PFL não tem nome viável. Os pefelistas discordam. Citam que Roseana Sarney apareceu em pesquisas na mesma faixa de Serra.
Agora, de pouco vai adiantar tanta articulação se o dólar continuar subindo como ontem. Aí, ninguém com cara de governo será viável.



Texto Anterior: Montevidéu - Clóvis Rossi: Um ar de fim de mundo
Próximo Texto: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Legados e prêmios
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.