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FERNANDO RODRIGUES
Garotinho busca saídas
BRASÍLIA - Com um expressivo
patrimônio eleitoral de 18% na eleição para presidente de 2002, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PMDB) foi expelido da disputa atual pelo seu partido, a mando
do Palácio do Planalto.
Sem opção própria, Garotinho tateia o terreno para tentar influir na
eleição de outubro. Seu objetivo
maior é atrapalhar a vida de Lula,
obrigando o petista a enfrentar uma
decisão apenas no segundo turno.
Não tem sido fácil.
A primeira e mais óbvia opção foi
procurar um acerto com Geraldo
Alckmin. O tucano recebeu Garotinho para um jantar paulistano, à
base de pizza.
O político fluminense só pediu
uma contrapartida a Alckmin: que o
PSDB apoiasse o PMDB no Rio de
Janeiro na disputa estadual (o candidato garotista é Sérgio Cabral).
Nada feito. Os tucanos se mantiveram no páreo (com Eduardo Paes) e
a aliança foi para o brejo.
Nos últimos 15 dias, Garotinho
passou a acalentar a hipótese de
apoiar o presidenciável Cristovam
Buarque, do PDT. Falaram-se ainda
no início desta semana.
A condição apresentada a Cristovam foi a mesma anteriormente
ofertada a Alckmin: o PDT teria de
retirar sua candidatura própria ao
governo do Rio (Carlos Lupi) para
apoiar o peemedebista Sérgio Cabral. De novo, nada feito.
A lógica é que Garotinho não tenha êxito na sua empreitada -até
pela falta de opções. Amargará uma
uma grande derrota.
Em certa medida, Lula aplica em
Garotinho o mesmo ardil usado por
FHC para aniquilar Itamar Franco
em 1998. O mineiro foi impedido de
ser candidato a presidente. Nunca
mais recuperou seu prestígio nacionalmente. A ser mantido o cenário
atual, o ex-governador do Rio também estará em situação para lá de
delicada a partir de 2007.
frodriguesbsb@uol.com.br
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