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EXPLICAÇÕES DEVIDAS
As acusações veiculadas em
reportagens sobre supostas irregularidades fiscais cometidas pelos presidentes do Banco Central,
Henrique Meirelles, e do Banco do
Brasil, Cássio Casseb, devem ser tratadas com transparência e submetidas aos princípios republicanos. São
denúncias que exigem esclarecimentos inequívocos. Trata-se, afinal, de
duas autoridades públicas em postos
de grande relevância na condução da
economia brasileira.
Nesse sentido, é criticável a decisão
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de considerar o caso como simples "futrica" e procurar circunscrever as explicações dos funcionários a
uma conversa a portas fechadas, tentando postergar o comparecimento
de ambos ao Congresso para fornecer esclarecimentos. Com essa atitude, o presidente parece inclinado a
apostar na tática de deixar o tempo
passar e "esfriar" o assunto.
É verdade que em ano eleitoral governantes e suas equipes estão mais
expostos ao uso político de denúncias, muitas vezes infundadas. Mesmo assim, é preciso reconhecer que,
se a proximidade dos pleitos fornece
oportunidades de manipulação eleitoreira de episódios como esses, ela
também aguça naturalmente a preocupação da sociedade com a lisura de
seus governantes e autoridades. A
despeito do interesse político, por vezes presente em denúncias levadas a
público, não é possível negar a legitimidade da preocupação com a idoneidade dos homens públicos.
Para rebater acusações como as
que são feitas contra os presidentes
do BC e do Banco do Brasil, não basta atribuir a elas a pecha de "denuncismo". Esses episódios requerem
que o governo federal esteja disponível a fornecer prontamente esclarecimentos à população -algo que o PT
sempre cobrou dos governos a que
fazia oposição. O comparecimento
ao Senado propiciaria a Meirelles e a
Casseb a oportunidade de exercer
seu direito de defesa e de demonstrar, como alegam, que as referidas
denúncias não têm fundamento.
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