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Dinamismo fabril
O RITMO da atividade industrial brasileira até a metade deste ano permanecia
em expansão pelo nono mês consecutivo. De setembro a junho,
as fábricas acumularam crescimento de 6,8%, segundo o IBGE.
No primeiro semestre, a produção industrial cresceu 4,8%.
O setor de bens de capital apresenta resultados vigorosos. No
ano, cresceu 16,7% e, em 12 meses, 11,5%. Entre os bens de capital, destacam-se máquinas e
equipamentos para fins industriais (25,4%), agrícolas (52,6%),
imobiliários (19,8%) e de transporte (14,5%). Trata-se de um
movimento forte e abrangente
de ampliação da capacidade produtiva doméstica.
Há um terceiro fator positivo
nos dados divulgados anteontem
pelo IBGE. Na comparação com
maio, 18 setores de atividade, de
um total de 23, apresentaram
crescimento. A indústria dá mostras de que vai encontrando um
novo patamar de crescimento,
cada vez mais homogêneo
(abrangendo maior número de
atividades), sob a liderança do
segmento de bens de capital.
O ritmo de expansão da indústria deve fortalecer a corrente de
opinião que defende um corte no
ritmo de redução da Selic, a taxa
de juros de curto prazo hoje fixada em 11,5% ao ano. Ela passaria
a baixar 0,25 ponto percentual
por reunião do Copom, em vez
do meio ponto que prevaleceu
nos dois últimos encontros.
Mas, contra essa proposta, é
preciso notar que a generalização do dinamismo industrial
consolida a melhor política antiinflacionária disponível.
A aceleração do crescimento é
acompanhada de uma forte expansão da capacidade produtiva,
necessária para suprir a alta na
procura por mercadorias e serviços. Além disso, o país conta com
a importação de produtos e bens
de capital, facilitada pelo real valorizado, para suprir a demanda
de famílias e empresas.
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