São Paulo, domingo, 05 de agosto de 2007

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Dinamismo fabril

O RITMO da atividade industrial brasileira até a metade deste ano permanecia em expansão pelo nono mês consecutivo. De setembro a junho, as fábricas acumularam crescimento de 6,8%, segundo o IBGE. No primeiro semestre, a produção industrial cresceu 4,8%.
O setor de bens de capital apresenta resultados vigorosos. No ano, cresceu 16,7% e, em 12 meses, 11,5%. Entre os bens de capital, destacam-se máquinas e equipamentos para fins industriais (25,4%), agrícolas (52,6%), imobiliários (19,8%) e de transporte (14,5%). Trata-se de um movimento forte e abrangente de ampliação da capacidade produtiva doméstica.
Há um terceiro fator positivo nos dados divulgados anteontem pelo IBGE. Na comparação com maio, 18 setores de atividade, de um total de 23, apresentaram crescimento. A indústria dá mostras de que vai encontrando um novo patamar de crescimento, cada vez mais homogêneo (abrangendo maior número de atividades), sob a liderança do segmento de bens de capital.
O ritmo de expansão da indústria deve fortalecer a corrente de opinião que defende um corte no ritmo de redução da Selic, a taxa de juros de curto prazo hoje fixada em 11,5% ao ano. Ela passaria a baixar 0,25 ponto percentual por reunião do Copom, em vez do meio ponto que prevaleceu nos dois últimos encontros.
Mas, contra essa proposta, é preciso notar que a generalização do dinamismo industrial consolida a melhor política antiinflacionária disponível.
A aceleração do crescimento é acompanhada de uma forte expansão da capacidade produtiva, necessária para suprir a alta na procura por mercadorias e serviços. Além disso, o país conta com a importação de produtos e bens de capital, facilitada pelo real valorizado, para suprir a demanda de famílias e empresas.


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