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Venezuela em crise
A empresa de petróleo venezuelana PDVSA anunciou anteontem
uma queda de 53% nos lucros relativos ao ano de 2009, em comparação com 2008. No mesmo período, o faturamento da companhia,
de US$ 74,9 bilhões, registrou declínio de 41%.
O anúncio do mau desempenho
da estatal, a grande fonte de recursos da Venezuela e do governo de
Hugo Chávez, ocorre em meio a
previsões sombrias para a economia do país. De acordo com a Cepal (Comissão Econômica para a
América Latina e o Caribe), o PIB
venezuelano deverá encolher 3%
neste ano, enquanto o da maioria
dos emergentes crescerá.
O quadro é agravado pela expectativa de que a inflação alcance a casa dos 40%, índice impensável no Brasil, que já foi "viciado" em inflação, e bem acima do
verificado em economias menos
equilibradas da região.
Pesquisas de opinião indicam
que mais de 50% dos venezuelanos veem Chávez como responsável pela deterioração das condições econômicas. E já superam
40% os que dizem ter mais confiança na oposição.
Em que pesem as exortações à
diversificação da estrutura produtiva, a Venezuela mantém-se dependente do petróleo, que representa cerca de 90% das divisas.
Há quem sustente que a situação
da companhia é pior do que sugerem os números divulgados pelo
governo. Transformada em cabide
de emprego e financiadora de projetos assistencialistas, a estatal sofre com a carência de pessoal qualificado e com a baixa capacidade
de investimento.
Não é a primeira vez que Chávez
enfrenta percalços na economia.
A diferença é que agora parece improvável uma nova onda de alta
exorbitante do petróleo, que possa lhe servir de tábua de salvação.
Não se pode dizer que os dias do
chavismo no poder estejam contados, mas é muito provável que as
eleições parlamentares de setembro exponham um forte desgaste
político do líder bolivariano.
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