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ELIANE CANTANHÊDE
De dentro para fora
BRASÍLIA - No mesmo dia em
que o líder do MLST Bruno Maranhão promete aparecer num comício de Lula no Nordeste, um grupo
suprapartidário reinaugura hoje de
manhã no Congresso o busto de
Mario Covas, destruído justamente
pela turba de Maranhão.
A cerimônia reabrirá um espaço
democrático e cultural no Congresso, que já será usado à tarde para
uma exposição de cartazes, cartilhas, panfletos e histórias em quadrinhos do Ziraldo pela ética na política e pelo voto responsável. Num
momento crucial das eleições,
quando o eleitor começa a pensar
nos candidatos à Câmara e ao Senado. Todo cuidado é pouco.
A intenção é levar para dentro do
Congresso várias entidades que
crêem na força da política e na instituição e que se empenham para impedir que os picaretas voltem, ou,
como diz Chico Alencar (PSOL-RJ), que "os velhos picaretas sejam
trocados por novos".
A expectativa é que participem
CNBB (bispos), OAB (advogados) e
AMB (magistrados), Ação da Cidadania (do Betinho) e representantes dos servidores do Banco do Brasil, por exemplo, cada qual com a
sua força e a sua criatividade.
Curiosamente, não estão previstas a CUT, o MST, lideranças sindicais e estudantis que sempre foram
aliadas ao PT e a Lula e que foram
para as ruas pressionar, cobrar e até
ajudar a derrubar os governos anteriores, mas foram os grandes ausentes durante a avalanche de escândalos de 2005.
Se os braços do PT não pressionaram de fora para dentro, os independentes OAB, CNBB e AMB vão
pressionar de dentro para fora.
Com a consciência de que não há
corrupto sem corruptor, não há
compra de parlamentar sem comprador, não há Executivo sem Legislativo -e vice-versa.
Cada qual tem a sua cota de responsabilidade e de culpa. Inclusive
o eleitor.
elianec@uol.com.br
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