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Sem gargalos
MELHOR QUE a mais otimista das projeções. Assim foi o desempenho
da produção industrial brasileira
no mês de agosto, de acordo com
a Pesquisa Industrial Mensal divulgada ontem pelo IBGE.
Um primeiro aspecto em que o
resultado da indústria superou
as expectativas diz respeito à sua
taxa de crescimento. Ela atingiu
6,6% sobre agosto de 2006, ou
1,3% na comparação com julho
de 2007 (já descontadas as influências sazonais).
Mais importante que o expressivo dinamismo do conjunto da
indústria foi o desempenho do
setor de bens de capital. A produção de máquinas e equipamentos
se expandiu 4% sobre julho e
compensou o recuo de 1,1% que
sofrera naquele mês. Com isso, o
seu crescimento no período de
12 meses até agosto, em relação
aos 12 meses anteriores, chegou
a 13,6% -um ritmo de alta que é
o triplo daquele exibido pela indústria como um todo (4,5%).
Contrariando prognósticos
alarmistas, a forte elevação da
produção industrial em agosto
não foi acompanhada pelo estreitamento da ociosidade na indústria -o que indicaria a iminência do aparecimento de gargalos de oferta, prenúncio de
pressões sobre a inflação. De julho para agosto o nível de uso da
capacidade instalada, conforme
a Confederação Nacional da Indústria (CNI), manteve-se praticamente estável (tendo passado
de 82,4% para 82,3%).
Vistos em conjunto, os números do IBGE e da CNI indicam
que os investimentos feitos há
algum tempo estão ampliando a
capacidade produtiva da indústria em ritmo suficiente, por ora,
para atender ao aumento da demanda. Olhando à frente, a alta
progressiva dos investimentos
(atestada também pelos dados
de importação de bens de capital) indica boas chances de que se
evite o surgimento de gargalos
de oferta de bens industriais.
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