São Paulo, sexta-feira, 05 de outubro de 2007

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Sem gargalos

MELHOR QUE a mais otimista das projeções. Assim foi o desempenho da produção industrial brasileira no mês de agosto, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal divulgada ontem pelo IBGE.
Um primeiro aspecto em que o resultado da indústria superou as expectativas diz respeito à sua taxa de crescimento. Ela atingiu 6,6% sobre agosto de 2006, ou 1,3% na comparação com julho de 2007 (já descontadas as influências sazonais).
Mais importante que o expressivo dinamismo do conjunto da indústria foi o desempenho do setor de bens de capital. A produção de máquinas e equipamentos se expandiu 4% sobre julho e compensou o recuo de 1,1% que sofrera naquele mês. Com isso, o seu crescimento no período de 12 meses até agosto, em relação aos 12 meses anteriores, chegou a 13,6% -um ritmo de alta que é o triplo daquele exibido pela indústria como um todo (4,5%).
Contrariando prognósticos alarmistas, a forte elevação da produção industrial em agosto não foi acompanhada pelo estreitamento da ociosidade na indústria -o que indicaria a iminência do aparecimento de gargalos de oferta, prenúncio de pressões sobre a inflação. De julho para agosto o nível de uso da capacidade instalada, conforme a Confederação Nacional da Indústria (CNI), manteve-se praticamente estável (tendo passado de 82,4% para 82,3%).
Vistos em conjunto, os números do IBGE e da CNI indicam que os investimentos feitos há algum tempo estão ampliando a capacidade produtiva da indústria em ritmo suficiente, por ora, para atender ao aumento da demanda. Olhando à frente, a alta progressiva dos investimentos (atestada também pelos dados de importação de bens de capital) indica boas chances de que se evite o surgimento de gargalos de oferta de bens industriais.


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