São Paulo, quarta-feira, 05 de novembro de 2008

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Editoriais

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Subsídios no transporte

O PREFEITO reeleito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), autorizou na última semana o terceiro aumento de repasses às empresas de ônibus em três meses. Até o final do ano, o montante deve ser recorde, chegando a R$ 600 milhões. Supera em mais de 50% os R$ 392 milhões despendidos em 2007 e representa o dobro do que foi gasto em 2006.
A medida é o mais recente capítulo na escalada de subsídios para o setor de transporte público paulistano. A disparada se acentuou em julho, mesmo mês em que o então candidato à reeleição aumentou de duas para três horas o tempo que os usuários do Bilhete Único têm para tomar quatro ônibus pagando apenas uma tarifa.
Cabe questionar qual o custo dessa opção política, pois o dinheiro dos subsídios deixa de ser gasto em outros setores prioritários. O último reajuste na capital ocorreu em novembro de 2006, após as eleições estaduais. Na época, a tarifa passou de R$ 2 para R$ 2,30. Na campanha eleitoral, o prefeito prometeu que em 2009 não haverá aumentos, prenunciando um impacto crescente nas contas públicas.
Os subsídios são destinados a cobrir a diferença entre os custos do transporte, declarados pelas empresas de ônibus, e o total arrecadado em passagens. Têm o aspecto positivo de garantir, no caso de São Paulo, o uso do Bilhete Único e a gratuidade a idosos, estudantes e deficientes.
Mas a explosão desses gastos ocorre em prejuízo de novos investimentos necessários para desafogar o trânsito e melhorar o próprio transporte coletivo.
É preciso muito cuidado com a ampliação contínua dos subsídios em transporte. Esse tipo de política costuma desembocar, tempos depois, em reajustes desproporcionais nas tarifas.


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