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Subsídios no transporte
O PREFEITO reeleito de São
Paulo, Gilberto Kassab
(DEM), autorizou na última semana o terceiro aumento
de repasses às empresas de ônibus em três meses. Até o final do
ano, o montante deve ser recorde, chegando a R$ 600 milhões.
Supera em mais de 50% os R$
392 milhões despendidos em
2007 e representa o dobro do
que foi gasto em 2006.
A medida é o mais recente capítulo na escalada de subsídios
para o setor de transporte público paulistano. A disparada se
acentuou em julho, mesmo mês
em que o então candidato à reeleição aumentou de duas para
três horas o tempo que os usuários do Bilhete Único têm para
tomar quatro ônibus pagando
apenas uma tarifa.
Cabe questionar qual o custo
dessa opção política, pois o dinheiro dos subsídios deixa de ser
gasto em outros setores prioritários. O último reajuste na capital
ocorreu em novembro de 2006,
após as eleições estaduais. Na
época, a tarifa passou de R$ 2 para R$ 2,30. Na campanha eleitoral, o prefeito prometeu que em
2009 não haverá aumentos, prenunciando um impacto crescente nas contas públicas.
Os subsídios são destinados a
cobrir a diferença entre os custos
do transporte, declarados pelas
empresas de ônibus, e o total arrecadado em passagens. Têm o
aspecto positivo de garantir, no
caso de São Paulo, o uso do Bilhete Único e a gratuidade a idosos,
estudantes e deficientes.
Mas a explosão desses gastos
ocorre em prejuízo de novos investimentos necessários para
desafogar o trânsito e melhorar o
próprio transporte coletivo.
É preciso muito cuidado com a
ampliação contínua dos subsídios em transporte. Esse tipo de
política costuma desembocar,
tempos depois, em reajustes desproporcionais nas tarifas.
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