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NO FUNDO DO POÇO
A economia norte-americana
ainda está longe da recuperação, mas há alguns sinais de que o
pior talvez já tenha passado. Ou seja,
de que os Estados Unidos já teriam
chegado ao fundo do poço.
Amanhã o presidente George W.
Bush deve anunciar um pacote fiscal
de estímulo ao crescimento. É mais
uma tentativa de reanimar a maior
economia do mundo, que entrou em
recessão e patinou nos últimos dois
anos -abalada por uma crise de
confiança nas empresas cujo único
precedente comparável é o da crise
de 1929- sob o clima pesado da tensão militar global e já operando sob
as taxas de juros mais baixas das últimas quatro décadas.
Embora politicamente fortalecido
após os atentados terroristas, Bush
sabe que a reeleição depende da sua
capacidade de preencher os dois
anos finais de seu mandato com dados econômicos mais animadores.
Antes mesmo do pacote, alguns setores dão sinais de recuperação (como a construção civil) e mesmo de
retomada de investimentos.
Para alguns economistas, já se chegou ao limite em cortes de gastos nas
empresas e mesmo a hipótese de novas ondas de pânico entre os investidores parece menos provável. A utilização da capacidade produtiva está
baixa (74%) se comparada ao nível
de longo prazo (80%).
O presidente do Fed (o banco central dos EUA), Alan Greenspan, também testemunha em favor do cenário de recuperação do lado real. Ele vê
as dificuldades atuais basicamente
como fruto de uma incerteza geopolítica elevada, não de uma decadência
do sistema produtivo.
Resta saber se o estímulo fiscal associado com juros baixos será suficientes para finalmente recolocar a
maior economia do mundo numa
trajetória de recuperação sustentável.
Os preços do petróleo vêm batendo
novos recordes, puxados pela ameaça de guerra do mesmo Bush. Há
uma incompatibilidade entre a política econômica e a política externa do
governo republicano.
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