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A NOTA DE MARTA
Com dois anos de administração, a popularidade da prefeita
de São Paulo, Marta Suplicy, segue
em patamares baixos, reflexo de uma
administração mediana. Na mais recente avaliação feita pelo Datafolha, a
prefeita recebeu nota 4,7, com 39%
de ruim/péssimo contra 23% de ótimo/bom. Em seu melhor momento,
em outubro de 2002, durante a campanha presidencial de Lula, Marta
obtivera 36% de ótimo/bom, contra
28% de ruim/péssimo. No pior instante, em junho de 2001, a taxa de
ruim/péssimo foi de 42%, contra
20% de ótimo/bom.
As taxas de aprovação de um governante podem, por exemplo, ser infladas com o lançamento de programas
sociais ou mesmo com o aumento
das verbas publicitárias. Já a impopularidade do administrador de uma
cidade como São Paulo costuma ser
reforçada a cada final de ano com as
chuvas de verão e os tradicionais aumentos de tarifas e impostos.
A despeito da natural flutuação dos
índices de aprovação, deve-se reconhecer que a gestão de Marta Suplicy
tem se mostrado sem relevo. Não
tem sido nem um desastre absoluto
nem um êxito arrebatador.
Parte da mediocridade pode ser
atribuída aos graves problemas financeiros herdados de oito anos de
administração Maluf/Pitta. Mas o argumento de ter recebido uma prefeitura falida não pode servir como habeas corpus eterno. Dois anos são a
metade de um mandato, e a gestão
de Marta está muito aquém do que
ela havia prometido na campanha
eleitoral, já sabendo que a situação
econômica do município era difícil.
Se Marta pretende disputar e vencer
a reeleição e/ou credenciar-se para
concorrer ao governo do Estado, precisará, ao longo dos próximos dois
anos, mostrar muito mais do que
exibiu até aqui.
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