São Paulo, segunda-feira, 06 de janeiro de 2003

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A NOTA DE MARTA

Com dois anos de administração, a popularidade da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, segue em patamares baixos, reflexo de uma administração mediana. Na mais recente avaliação feita pelo Datafolha, a prefeita recebeu nota 4,7, com 39% de ruim/péssimo contra 23% de ótimo/bom. Em seu melhor momento, em outubro de 2002, durante a campanha presidencial de Lula, Marta obtivera 36% de ótimo/bom, contra 28% de ruim/péssimo. No pior instante, em junho de 2001, a taxa de ruim/péssimo foi de 42%, contra 20% de ótimo/bom.
As taxas de aprovação de um governante podem, por exemplo, ser infladas com o lançamento de programas sociais ou mesmo com o aumento das verbas publicitárias. Já a impopularidade do administrador de uma cidade como São Paulo costuma ser reforçada a cada final de ano com as chuvas de verão e os tradicionais aumentos de tarifas e impostos.
A despeito da natural flutuação dos índices de aprovação, deve-se reconhecer que a gestão de Marta Suplicy tem se mostrado sem relevo. Não tem sido nem um desastre absoluto nem um êxito arrebatador.
Parte da mediocridade pode ser atribuída aos graves problemas financeiros herdados de oito anos de administração Maluf/Pitta. Mas o argumento de ter recebido uma prefeitura falida não pode servir como habeas corpus eterno. Dois anos são a metade de um mandato, e a gestão de Marta está muito aquém do que ela havia prometido na campanha eleitoral, já sabendo que a situação econômica do município era difícil.
Se Marta pretende disputar e vencer a reeleição e/ou credenciar-se para concorrer ao governo do Estado, precisará, ao longo dos próximos dois anos, mostrar muito mais do que exibiu até aqui.



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