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Asas de chumbo
DURANTE o ano de 2006, a
atividade industrial no
país avançou 2,8% em relação ao ano anterior, segundo o
IBGE. O crescimento foi liderado pela produção de máquinas
para escritório e equipamentos
de informática (51,6%), aparelhos e materiais elétricos (8,7%)
e indústria extrativa (7,4%). Esses segmentos foram favorecidos
por benefícios fiscais e, no último caso, pelo dinamismo das exportações de commodities. Por
outro lado, madeira, vestuário e
produtos químicos tiveram quedas expressivas.
A expansão do volume de crédito, a estabilidade do mercado
de trabalho e o aumento da massa salarial deram impulso às vendas de bens de consumo duráveis
(automóveis, eletrodomésticos).
Houve ainda um crescimento
dos setores de bens de capital,
apoiados pelos segmentos relacionados com a expansão da indústria, da infra-estrutura e da
construção civil.
O setor de bens intermediários
registrou o pior desempenho
(2,1%) no conjunto da indústria,
em razão do aumento nas importações (15,7%). Dessa forma, o
avanço na atividade industrial
ocorreu em ritmo menor do que
o registrado em 2005 (3,1% em
relação a 2004).
Já os indicadores mensais passaram a sinalizar uma recuperação da produção industrial pelo
terceiro mês consecutivo. Em
dezembro, a indústria cresceu
0,5% em relação ao mês anterior.
Houve uma reação positiva do
consumo e no investimento. O
crescimento da produção e o setor de bens de capital aquecido
(inclusive com importações) podem sustentar alguma expansão
industrial futura.
Todavia o país segue enredado
num circuito de juros e impostos
altos e câmbio valorizado. Esse
ambiente econômico dá asas de
chumbo à produção fabril.
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