São Paulo, terça-feira, 06 de fevereiro de 2007

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Asas de chumbo

DURANTE o ano de 2006, a atividade industrial no país avançou 2,8% em relação ao ano anterior, segundo o IBGE. O crescimento foi liderado pela produção de máquinas para escritório e equipamentos de informática (51,6%), aparelhos e materiais elétricos (8,7%) e indústria extrativa (7,4%). Esses segmentos foram favorecidos por benefícios fiscais e, no último caso, pelo dinamismo das exportações de commodities. Por outro lado, madeira, vestuário e produtos químicos tiveram quedas expressivas.
A expansão do volume de crédito, a estabilidade do mercado de trabalho e o aumento da massa salarial deram impulso às vendas de bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos). Houve ainda um crescimento dos setores de bens de capital, apoiados pelos segmentos relacionados com a expansão da indústria, da infra-estrutura e da construção civil.
O setor de bens intermediários registrou o pior desempenho (2,1%) no conjunto da indústria, em razão do aumento nas importações (15,7%). Dessa forma, o avanço na atividade industrial ocorreu em ritmo menor do que o registrado em 2005 (3,1% em relação a 2004).
Já os indicadores mensais passaram a sinalizar uma recuperação da produção industrial pelo terceiro mês consecutivo. Em dezembro, a indústria cresceu 0,5% em relação ao mês anterior. Houve uma reação positiva do consumo e no investimento. O crescimento da produção e o setor de bens de capital aquecido (inclusive com importações) podem sustentar alguma expansão industrial futura.
Todavia o país segue enredado num circuito de juros e impostos altos e câmbio valorizado. Esse ambiente econômico dá asas de chumbo à produção fabril.


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