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Editoriais
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São Paulo reprovada
NINGUÉM desconhece que a
qualidade da educação no
Brasil é calamitosa. Ainda
assim é surpreendente a precariedade demonstrada por alunos
da 2ª à 8ª série do ensino fundamental na maior e mais rica cidade do país, avaliados por meio da
Prova São Paulo do ano passado.
De acordo com o teste aplicado
pela prefeitura, 72% dos estudantes da 4ª série não alcançaram níveis de desempenho considerados satisfatórios em português. Na 8ª série, 83% foram
reprovados. Em matemática, a
situação é ainda pior. Cerca de
84% dos inscritos na 4ª série não
aprenderam o que deles se esperava -enquanto mais de 91%
não alcançaram o resultado desejado na disciplina, na avaliação
da 8ª série.
É sabido que indicadores sociais conhecem melhora mais rápida quando ainda se encontram
em estágios iniciais de desenvolvimento. Quanto mais altas as
taxas de analfabetismo ou de
mortalidade infantil, por exemplo, mais veloz é a sua queda,
uma vez tomadas as medidas
adequadas.
Ocorre que aí também a Prova
São Paulo surpreende, e apresenta piora mesmo em índices de
aptidão já muito baixos.
Os resultados indicam que o
conhecimento médio de matemática dos estudantes declinou
de 2008 para 2009. Houve ligeira melhora nas notas da 2ª série,
e queda no rendimento das outras três séries avaliadas.
O secretário de Educação do
município, Alexandre Schneider,
anuncia medidas para tentar reverter o desempenho ruinoso.
São providências adequadas, como a bonificação para professores por desempenho e o estímulo
à participação dos pais no processo de aprendizagem.
Mas a evidência de que continuam ruins os resultados educacionais em São Paulo sugere a
necessidade de ações mais vigorosas das autoridades.
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