São Paulo, sábado, 06 de fevereiro de 2010

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Editoriais

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São Paulo reprovada

NINGUÉM desconhece que a qualidade da educação no Brasil é calamitosa. Ainda assim é surpreendente a precariedade demonstrada por alunos da 2ª à 8ª série do ensino fundamental na maior e mais rica cidade do país, avaliados por meio da Prova São Paulo do ano passado.
De acordo com o teste aplicado pela prefeitura, 72% dos estudantes da 4ª série não alcançaram níveis de desempenho considerados satisfatórios em português. Na 8ª série, 83% foram reprovados. Em matemática, a situação é ainda pior. Cerca de 84% dos inscritos na 4ª série não aprenderam o que deles se esperava -enquanto mais de 91% não alcançaram o resultado desejado na disciplina, na avaliação da 8ª série.
É sabido que indicadores sociais conhecem melhora mais rápida quando ainda se encontram em estágios iniciais de desenvolvimento. Quanto mais altas as taxas de analfabetismo ou de mortalidade infantil, por exemplo, mais veloz é a sua queda, uma vez tomadas as medidas adequadas.
Ocorre que aí também a Prova São Paulo surpreende, e apresenta piora mesmo em índices de aptidão já muito baixos.
Os resultados indicam que o conhecimento médio de matemática dos estudantes declinou de 2008 para 2009. Houve ligeira melhora nas notas da 2ª série, e queda no rendimento das outras três séries avaliadas.
O secretário de Educação do município, Alexandre Schneider, anuncia medidas para tentar reverter o desempenho ruinoso. São providências adequadas, como a bonificação para professores por desempenho e o estímulo à participação dos pais no processo de aprendizagem.
Mas a evidência de que continuam ruins os resultados educacionais em São Paulo sugere a necessidade de ações mais vigorosas das autoridades.


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