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Editoriais
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Sacolas plásticas
MERECE ELOGIOS a decisão
do Grupo Carrefour de
banir o uso de sacolas
plásticas em toda sua rede de lojas no Brasil nos próximos quatro anos. É mais um lance da salutar disputa entre grandes cadeias varejistas por ações na área
ambiental. Medidas voltadas para a reciclagem e a produção sustentável de mercadorias já foram
anunciadas por grupos como Pão
de Açúcar e Walmart.
O caso das sacolas é especialmente significativo pelo fato de
os brasileiros terem desenvolvido uma espécie de dependência
desses invólucros, difundidos
por praticamente todos os ramos
do comércio.
Não há produto que chegue às
mãos do consumidor sem o indefectível saco plástico a envolvê-lo -pequenos, como os das farmácias, ou de grandes dimensões, como os utilizados pelas lojas de eletrodomésticos. Confeccionados com uma resina chamada polietileno de baixa densidade, material não renovável derivado do petróleo, eles podem
levar até 300 anos para serem
dissolvidos pela natureza.
Impermeáveis, obstruem fluxos de água e contribuem para
enchentes nas cidades; nos mares e rios são confundidos com
alimentos por algumas espécies;
e, incinerados, liberam toxinas
maléficas à saúde.
Em diversos países a utilização
das sacolas vem sendo abandonada ou desestimulada por meio
de medidas de dissuasão, como a
cobrança para o uso. Uma resistência a vencer é o hábito arraigado do consumidor, ainda em
grande parte alheio aos danos
causados pelo plástico -e acostumado a reutilizar os saquinhos
em suas latas de lixo domésticas.
Além de estimular a adoção de
bolsas retornáveis, vendidas a
preço de custo (as chamadas
"ecobags"), a rede varejista fornecerá aos clientes uma sacola
biodegradável, que seria totalmente absorvida pela natureza
em 18 semanas. É um bom exemplo a ser seguido.
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