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MENOS TRABALHO INFANTIL
Pesquisa recente da Organização Internacional do Trabalho
(OIT) indica uma auspiciosa redução
do trabalho infantil. Segundo relatório divulgado na última quarta-feira
pelo órgão, o número de trabalhadores infantis em todo planeta sofreu
uma diminuição de 11%, entre 2000 e
2004. Quando considerada a redução
do chamado trabalho infantil perigoso, os resultados são ainda mais positivos: queda de 26%.
Baseado em dados do IBGE, o estudo da OIT registrou no Brasil quedas
de 60,9% do emprego de crianças
com idades entre cinco e nove anos e
de 36,4% entre os 10 e 17 anos. Ainda
que esses números suscitem certo
otimismo, ainda há no país mais de
248 mil crianças de 5 a 9 anos trabalhando e outros 4,8 milhões dos 10
aos 17 anos.
Além de ser ilegal no Brasil, permitir que uma criança troque os estudos pelo trabalho equivale a fomentar a exclusão social. O próprio relatório da OIT fornece evidências eloqüentes disso. De acordo com a pesquisa, pessoas que começam a trabalhar na infância têm perspectivas mínimas de obter bons salários quando
atingirem a vida adulta.
É verdade que a solução duradoura
para esse mal está no enfrentamento
de problemas estruturais do país, como a pobreza e a desigualdade social. Mas é possível minorar o problema no curto prazo. Nesse sentido, é preciso intensificar esforços e
continuar investindo em programas
de transferência de renda, como o
Bolsa-Família, conjugados a projetos que priorizam a permanência da
criança em sala de aula, como o Bolsa-Escola. Seja qual for o resultado
das eleições de outubro, é de esperar
que essa seja uma das prioridades do
próximo governo.
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