São Paulo, sábado, 06 de maio de 2006

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MENOS TRABALHO INFANTIL

Pesquisa recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indica uma auspiciosa redução do trabalho infantil. Segundo relatório divulgado na última quarta-feira pelo órgão, o número de trabalhadores infantis em todo planeta sofreu uma diminuição de 11%, entre 2000 e 2004. Quando considerada a redução do chamado trabalho infantil perigoso, os resultados são ainda mais positivos: queda de 26%.
Baseado em dados do IBGE, o estudo da OIT registrou no Brasil quedas de 60,9% do emprego de crianças com idades entre cinco e nove anos e de 36,4% entre os 10 e 17 anos. Ainda que esses números suscitem certo otimismo, ainda há no país mais de 248 mil crianças de 5 a 9 anos trabalhando e outros 4,8 milhões dos 10 aos 17 anos.
Além de ser ilegal no Brasil, permitir que uma criança troque os estudos pelo trabalho equivale a fomentar a exclusão social. O próprio relatório da OIT fornece evidências eloqüentes disso. De acordo com a pesquisa, pessoas que começam a trabalhar na infância têm perspectivas mínimas de obter bons salários quando atingirem a vida adulta.
É verdade que a solução duradoura para esse mal está no enfrentamento de problemas estruturais do país, como a pobreza e a desigualdade social. Mas é possível minorar o problema no curto prazo. Nesse sentido, é preciso intensificar esforços e continuar investindo em programas de transferência de renda, como o Bolsa-Família, conjugados a projetos que priorizam a permanência da criança em sala de aula, como o Bolsa-Escola. Seja qual for o resultado das eleições de outubro, é de esperar que essa seja uma das prioridades do próximo governo.


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