São Paulo, sábado, 06 de maio de 2006

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VANDALISMO NO PACAEMBU

Por muito pouco não termina em tragédia o lamentável espetáculo promovido por torcedores do Corinthians após a derrota do time paulistano para o River Plate, da Argentina. Não se sabe exatamente o que a turba pretendia ao tentar invadir o gramado do estádio do Pacaembu, mas é lícito supor que suas intenções não eram exatamente pacíficas.
Registrem-se a eficácia e a valentia com que agiu a tropa de choque da Polícia Militar, que, embora em número perigosamente menor, conseguiu repelir os invasores valendo-se de violência mínima.
Essa não é a primeira vez que torcedores descontrolados colocam em risco a vida de terceiros. Infelizmente, ocorrem episódios dessa natureza, envolvendo idólatras de praticamente todos os grandes clubes. Em julho de 2005, a título de comemorar a conquista da Taça Libertadores da América, simpatizantes do São Paulo depredaram lojas, ônibus e estações de metrô na avenida Paulista. Apenas três meses depois, enfrentamentos entre torcidas organizadas deixaram, num fim de semana, um absurdo saldo de três mortos.
Freqüentar estádios deve ser uma opção de lazer da qual toda a família possa participar, não uma atividade de risco. Assim, é fundamental que autoridades promovam uma verdadeira caça aos torcedores violentos e os mantenham afastados dos jogos.
Experiências internacionais como a da Inglaterra, que praticamente acabou com a barbárie provocada pelos temíveis "hooligans", provam que é possível fazê-lo. O caminho que deu resultado passou por uma parceria entre autoridades e clubes. Os incentivadores da violência foram identificados e, através de legislação específica, impedidos de ir aos jogos. A paz voltou aos estádios, que até puderam dispensar o alambrado que separava o público do campo.
É preciso fazer o mesmo por aqui.


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