|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Editoriais
editoriais@uol.com.br
Mudanças na Infraero
A EMPRESA Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) implanta, enfim, uma reforma a fim de
estabelecer o óbvio. Decidiu em
16 de abril reduzir para 12 os cargos não concursados que mantinha. Nos últimos dias, fechou 28
postos. Nas próximas semanas,
53 serão demitidos -ao final, haverá 97 vagas a menos.
Trata-se de um passo importante para limitar o loteamento
político que há muitos anos caracteriza a estatal. O acerto da
iniciativa pode ser medido pelas
reações que provocou. Líderes
do PMDB reclamaram com veemência e ameaçaram criar dificuldades para o governo no Congresso enquanto o assunto "não
estiver resolvido".
Um dos protagonistas da rebeldia é o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
Seu irmão foi demitido do posto
de assessor na Superintendência
em Pernambuco. Mas os exemplos de insatisfação se multiplicam na base governista e já
ecoam nas articulações para a
sucessão presidencial.
As vagas cobiçadas pagam salários que vão de R$ 5 mil a 14 mil.
A Infraero, além disso, administra obras milionárias em todo o
país e tem um orçamento anual
superior a R$ 1 bilhão.
É lamentável que a estatal responsável por prover a infraestrutura aeroportuária no país até
hoje seja refém do apadrinhamento. Não custa lembrar que
essa prática se intensificou no
governo Lula e que a falta de norte gerencial para a empresa foi
em grande parte responsável pela crise aeroportuária deflagrada
no final de setembro de 2006.
O brigadeiro Cleonilson Nicácio da Silva comanda a reforma
na estatal. Substituiu Sérgio
Gaudenzi, que resistia à privatização, definição crucial para o
setor -a Anac finalizará em julho uma nova proposta de marco
regulatório para a atividade.
A possibilidade mais auspiciosa é que o novo modelo permita o
ingresso dos investimentos privados de forma acelerada e privilegie a eficiência gerencial. Que a
farra dos apadrinhamentos esteja sendo atacada, de todo modo,
já é uma ótima notícia.
Texto Anterior: Editoriais: Humores extremos Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: Calma, o futuro sempre chega Índice
|