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Editoriais
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Haddad e o Enem
O país deveria estar debatendo
o Plano Nacional de Educação que
o MEC promete enviar ao Congresso até o final do ano. Não é trivial
-o ministro Fernando Haddad
pretende reduzir os 295 objetivos
do plano prolixo a 25 metas que a
população possa memorizar.
Em lugar dessas prioridades,
contudo, discute-se a sexta falha
grave relacionada ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Haddad lançou uma série de
projetos para pôr a educação pública brasileira nos trilhos. Um deles é transformar o Enem no filtro
principal de acesso ao ensino superior, aposentando os famigerados vestibulares. Até o momento
deu quase tudo errado, desacreditando uma iniciativa com méritos.
Em setembro passado, a divulgação de locais de exame indicava
que alguns candidatos fariam a
prova a até 50 km de suas casas.
Pouco tempo depois, o jornal "O
Estado de S. Paulo" noticiou o vazamento das questões da prova,
impondo seu adiamento. Realizado o exame, divulgou-se um gabarito errado.
Em fevereiro, o MEC corrigiu
notas erradas de 900 participantes. No mês seguinte, o sistema Sisu de colocação de candidatos em
universidades federais convocava
para matrícula candidatos não
classificados. Agora, descobre-se
que dados sigilosos de 12 milhões
de estudantes ficaram desprotegidos e disponíveis na internet.
São falhas amadoras, inadmissíveis numa instituição como o
Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, órgão do MEC encarregado do Enem). Quem administra os projetos e as expectativas
dessa legião de jovens não pode
cometer erros tão primários.
Tenha ou não havido má-fé, o
Inep necessita de um choque de
responsabilidade e reciclagem
técnica. Substituir o presidente,
como se fez em dezembro, não resultou suficiente para pôr fim ao
descalabro. Haddad deve satisfações mais completas aos milhões
de estudantes que entregaram
seus dados e futuro à confiança do
ministério que ele chefia.
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