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PLÍNIO FRAGA
Deus nos acuda
RIO DE JANEIRO - A liberdade de
escolha de religião é mais sagrada
do que o entendimento do papel dela na vida de uma pessoa. De acordo. Mas, quando os braços de uma
determinada religião começam a
abarcar causas mais do que terrenas -adquirindo redes de televisão,
aviões, patrocinando campanhas e
partidos eleitorais-, qual deve ser o
papel do Estado?
A separação de igreja e Estado é
um dos mais cultuados valores da
democracia. Pode uma igreja dizer-se perseguida pelo Estado nos dias
de hoje? Basicamente esse é o discurso dos políticos ligados à Igreja
Universal do Reino de Deus, espalhados por partidos políticos como
PRB e PP, entre outros.
A Igreja Universal em si goza de
isenção de Imposto de Renda. Sofreu investigações diversas nas operações de compra de emissoras e de
bens com dinheiro vindo de contas
do exterior por prepostos seus. No
momento em que políticos como o
senador Marcelo Crivella, candidato a governador do Rio pelo PRB,
aderiram à candidatura de Lula, foi
arquivado ao menos um inquérito
que investigava empresas ligadas à
Universal.
Desde a semana passada, o repórter Raphael Gomide acompanhou
cultos da Universal no Rio. Além de
pedir votos para candidatos ligados
à igreja e de acusar adversários de
usar droga, uma característica comum a todos os cultos foi a forma
como pediram dinheiro aos fiéis.
"Quero ver quem traz agora uma
nota de R$ 100", clamou um pastor.
Lula, que já foi chamado de diabo
de barba por Edir Macedo, é agora
seu aliado e pretende levar para o
governo seus homens de fé. Está lá
na edição desta semana da "Folha
Universal": "Os grandes milagres da
Fogueira Santa de Israel - Empresário superou dívida de R$ 5 milhões e hoje prospera". Tem gente
com perfil mais técnico para o Ministério da Fazenda?
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