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AVALIAÇÃO PELA METADE
Embora tenha havido progressos consideráveis nos sistemas de avaliação do ensino ministrado no Brasil, ainda falta muito para
torná-los realmente eficazes como
instrumentos de aprimoramento da
educação. Os exames atualmente
cumprem apenas o papel de mapear
os problemas da área, mas poderiam
ter uma função mais ampla e produtiva se estivessem inscritos num sistema de cobrança de resultados das
escolas avaliadas.
Nesse sentido, são procedentes as
críticas de Eduardo Carvalho de Andrade, pesquisador da área de educação, ao sistema de avaliação do ensino básico no Brasil. Em entrevista
publicada ontem por esta Folha, ele
considera que os exames aplicados
aos alunos da rede básica deveriam
ser acompanhados de uma política
de incentivos e punições para estimular instituições mais problemáticas a superar suas deficiências.
A proposta procede. A mera instituição dos exames não é suficiente
para incentivar alunos, professores e
diretores de escolas a mudar. É muito mais razoável supor que os exames ganhariam em eficácia se estivessem associados a um sistema de
cobranças e estímulos. É o que acontece, por exemplo, nos EUA, onde as
instituições mal avaliadas precisam
apresentar planos para melhorar seu
desempenho nos exames nacionais.
Além disso, há prêmios para as escolas mais bem-sucedidas e a perspectiva de fechamento daquelas que não
conseguem atender aos padrões mínimos. Outro aspecto relevante, que
o Ministério da Educação inexplicavelmente não cumpre, é a divulgação
completa dos resultados.
Se foi elogiável a implementação
desse tipo de prova pelo governo anterior, é preciso agora dar um novo
passo. Aferir o desempenho das instituições não é um fim em si mesmo,
mas um meio para tomar medidas
que estimulem a busca da qualidade.
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