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MÁRIO MAGALHÃES
Infeliz no caixa, feliz no amor
RIO DE JANEIRO - Aconteceu no último sábado de 2002, na inauguração
do centro esportivo do Chapéu Mangueira. O morro fica no Leme. É a favela do filme "O Primeiro Dia", de
Walter Salles e Daniela Thomas. A
ministra Benedita da Silva (Assistência e Promoção Social) viveu ali mais
de 50 anos.
Ainda governadora do Rio, Benedita discursou: ""Eu sou doidinha, apaixonada pelo Pitanga! Ele é uma coisa
extraordinária! Quase que a Dona
Jura fez a festa. Se dura mais um pouco, eu tava arrasada".
Ao seu lado, Antônio Pitanga, então presidente da Nova Obra Social,
ONG bancada pelo Estado. Adiante,
na placa descerrada, o nome do marido, Pitanga, acima do da governadora, Benedita. Na posse, em Brasília, longe do Estado quebrado, outras
declarações ao ator que em "O Clone" era par da espaçosa Dona Jura.
Trocadilhando a figura do primeiro-consorte, título oficial da versão
masculina da primeira-dama, Pitanga retribuiu: "Sou um com sorte".
O amor é mesmo lindo.
Saiu Benedita e entrou Rosinha
Matheus, a mulher do ex-governador
Anthony Garotinho. Na festa no palácio, a nova governadora arriscou
ao microfone: "Pôxa, como foi bacana te encontrar de novo...". Depois,
Garotinho atacou de Gonzaguinha.
O disco mudou nos dias seguintes.
Só se falou de dinheiro, da falta dele.
Salários atrasados, bloqueio de recursos. Herança deixada por Benedita, que diz que herdou de Garotinho.
O secretariado de Rosinha é na essência o mesmo do marido. Na TV,
ela contou: quando Garotinho governava, em casa ouvia sugestões. Aproveitava as que julgava corretas.
Agora será a mesma coisa: Rosinha
ouvirá. As decisões serão suas. Há,
porém, uma diferença sobre a qual a
governadora calou: ela era secretária
de Estado (Ação Social). Pertencia ao
governo. Garotinho, não. É mero primeiro-consorte. Na posse, cantava:
"Eu só sei que eu confio na moça, e
na moça eu ponho a força da fé".
Amor não falta à ex e à atual governadora. Dinheiro para pagar o funcionalismo, que também é bom...
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