São Paulo, quinta-feira, 07 de janeiro de 2010

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Editoriais

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Avaliadores reprovados

A AVALIAÇÃO da qualidade constitui hoje valor consensual entre profissionais e interessados nos rumos da educação brasileira. O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior da administração petista, porém, viu sua credibilidade fustigada por um revés inaudito: 54 questões da última edição do Enade (Exame Nacional de Avaliação do Desempenho de Estudante) precisaram ser anuladas, por falhas múltiplas.
Duas dezenas de áreas foram avaliadas pelo Enade 2009, de administração a turismo. A prova ocorre de três em três anos para cada grupo de áreas do conhecimento, por amostragem. Seu antecessor, o Provão do governo FHC, abrangia todos os cursos e alunos e era aplicado todos os anos, originando rankings gerais abominados por algumas correntes acadêmico-ideológicas.
Trata-se do segundo abalo no Enade. Há um mês, anulou-se uma pergunta enviesada, que exigia de alunos de comunicação julgar a cobertura da imprensa no episódio em que Lula tachou de "marolinha" a crise econômica global. Outra dezena de questões foi cancelada, por defeitos diversos. Agora mais 43 são invalidadas, o que totaliza 7% de todos os testes. Reprovados, ao que parece, estão os avaliadores.
O MEC atribui responsabilidade à empresa Consulplan, contratada por licitação para formular e aplicar a prova. Repete-se, assim, o padrão do revés com o novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), cuja prova vazou por falhas de segurança do consórcio contratado, Connasel.
A sucessão de deslizes acabou por levar à demissão de Reynaldo Fernandes, presidente do Inep (órgão do MEC encarregado das avaliações). Falta, contudo, o ministro Fernando Haddad explicitar que medidas vai adotar para sanar as flagrantes deficiências na supervisão de contratados por sua pasta.


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