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Editoriais
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Avaliadores reprovados
A AVALIAÇÃO da qualidade
constitui hoje valor consensual entre profissionais e interessados nos rumos da
educação brasileira. O Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Superior da administração
petista, porém, viu sua credibilidade fustigada por um revés
inaudito: 54 questões da última
edição do Enade (Exame Nacional de Avaliação do Desempenho
de Estudante) precisaram ser
anuladas, por falhas múltiplas.
Duas dezenas de áreas foram
avaliadas pelo Enade 2009, de
administração a turismo. A prova ocorre de três em três anos para cada grupo de áreas do conhecimento, por amostragem. Seu
antecessor, o Provão do governo
FHC, abrangia todos os cursos e
alunos e era aplicado todos os
anos, originando rankings gerais
abominados por algumas correntes acadêmico-ideológicas.
Trata-se do segundo abalo no
Enade. Há um mês, anulou-se
uma pergunta enviesada, que
exigia de alunos de comunicação
julgar a cobertura da imprensa
no episódio em que Lula tachou
de "marolinha" a crise econômica global. Outra dezena de questões foi cancelada, por defeitos
diversos. Agora mais 43 são invalidadas, o que totaliza 7% de todos os testes. Reprovados, ao que
parece, estão os avaliadores.
O MEC atribui responsabilidade à empresa Consulplan, contratada por licitação para formular e aplicar a prova. Repete-se,
assim, o padrão do revés com o
novo Enem (Exame Nacional do
Ensino Médio), cuja prova vazou
por falhas de segurança do consórcio contratado, Connasel.
A sucessão de deslizes acabou
por levar à demissão de Reynaldo Fernandes, presidente do
Inep (órgão do MEC encarregado das avaliações). Falta, contudo, o ministro Fernando Haddad
explicitar que medidas vai adotar para sanar as flagrantes deficiências na supervisão de contratados por sua pasta.
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