São Paulo, segunda-feira, 07 de fevereiro de 2005

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CARNAVAL

A tradição é antiga e se perde no túnel do tempo. É geralmente associada a festividades durante as quais o católico estava autorizado a consumir carne ("carnelevarium"), antes do período de austeridade alimentícia observado durante a Quaresma. Pode ser também o prolongamento das saturnálias, festividade pagã que constava no calendário romano da Antigüidade.
O fato é que em alguns países, como o Brasil, o Carnaval tornou-se uma grande festividade nacional e popular. Historiadores e sociólogos não têm uma única teoria para explicar a importância que o Carnaval passou a ter para os brasileiros, mas todos concordam que ele promove uma ruptura provisória da hierarquia social, com ricos e pobres, homens e mulheres, adultos e crianças transgredindo ou dissolvendo símbolos de gênero, poder ou classe.
Papéis se invertem e identidades se alteram nesses dias em que a sociedade concede a si própria o direito de suspender algumas das regras que normalmente orientam o cotidiano.
Cada vez mais um empreendimento turístico planejado, em que diversas cidades competem e disputam visitantes, o Carnaval tem uma dimensão econômica relevante para algumas regiões -e é uma das marcas registradas do Brasil no exterior.
Invariavelmente, porém, é um feriado marcado por problemas -do consumo desmedido de álcool ao aumento de acidentes rodoviários, passando pelo sexo não-seguro.
Não é preciso lembrar que se aplica a este período a mesma lógica própria a toda e qualquer festa. Ela pode ser aprazível, apesar dos riscos de excessos. Voltar à rotina da Quaresma sem traumas e acidentes depende certamente de muitos fatores, mas acima de tudo do bom senso de cada um. A questão é que bom senso e Carnaval são termos que dificilmente caminham juntos.


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