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CARNAVAL
A tradição é antiga e se perde
no túnel do tempo. É geralmente associada a festividades durante as quais o católico estava autorizado a consumir carne ("carnelevarium"), antes do período de austeridade alimentícia observado durante
a Quaresma. Pode ser também o prolongamento das saturnálias, festividade pagã que constava no calendário romano da Antigüidade.
O fato é que em alguns países, como o Brasil, o Carnaval tornou-se
uma grande festividade nacional e
popular. Historiadores e sociólogos
não têm uma única teoria para explicar a importância que o Carnaval
passou a ter para os brasileiros, mas
todos concordam que ele promove
uma ruptura provisória da hierarquia
social, com ricos e pobres, homens e
mulheres, adultos e crianças transgredindo ou dissolvendo símbolos
de gênero, poder ou classe.
Papéis se invertem e identidades se
alteram nesses dias em que a sociedade concede a si própria o direito de
suspender algumas das regras que
normalmente orientam o cotidiano.
Cada vez mais um empreendimento turístico planejado, em que diversas cidades competem e disputam visitantes, o Carnaval tem uma dimensão econômica relevante para algumas regiões -e é uma das marcas
registradas do Brasil no exterior.
Invariavelmente, porém, é um feriado marcado por problemas -do
consumo desmedido de álcool ao
aumento de acidentes rodoviários,
passando pelo sexo não-seguro.
Não é preciso lembrar que se aplica
a este período a mesma lógica própria a toda e qualquer festa. Ela pode
ser aprazível, apesar dos riscos de excessos. Voltar à rotina da Quaresma
sem traumas e acidentes depende
certamente de muitos fatores, mas
acima de tudo do bom senso de cada
um. A questão é que bom senso e
Carnaval são termos que dificilmente
caminham juntos.
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