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CLÓVIS ROSSI
Volta, Collor
SÃO PAULO - Se Fernando Collor de Mello tivesse feito a metade, só a metade, do que faz o lulo-petismo para
tentar apagar suas digitais, muito
provavelmente teria sobrevivido até
o fim no Palácio do Planalto.
Ah, claro, teria também que pagar
os R$ 146 bilhões/ano (dados de 2005)
que o lulo-petismo paga à cobertura
do andar de cima, na forma de juros,
para comprar a omissão, a leniência
e a cumplicidade dela.
A conspiração que Antonio Palocci
fez para tentar desmoralizar o caseiro Francenildo Costa não tem similar. Envolveu uma das mais importantes instituições financeiras públicas, a Caixa Federal, no seu mais alto
nível; envolveu o Gabinete de Segurança Institucional (o novo nome para o velho SNI da ditadura) no seu
mais alto nível; envolveu o Ministério
da Justiça e, por extensão, a Polícia
Federal em nível bastante alto.
Repito: esse jogo só os Somozas da
vida jogam. Só é possível em republiquetas nas quais se cria o caldo de
cultura do abuso e da impunidade.
Caldo de cultura afagado por Luiz
Inácio Lula da Silva quando chama
de "grande irmão" quem promoveu
tão obscena conspiração.
É a conspiração premiada em vez
da delação premiada. É o escrúpulo
zero em vez do Fome Zero.
Mas não é tudo. O PT, de seu lado,
brigou, com a prepotência de costume, não para inocentar-se na CPMI
dos Correios, mas para que seus acusados fossem chamados de "bandidos". Sim, é isso. Queriam limitar os
crimes cometidos a caixa dois, que,
como disse o próprio ministro da Justiça do PT, é "coisa de bandido".
Quando um partido que enchia a
boca para dizer-se dono exclusivo da
ética não consegue lutar por algo
mais do que ser chamado de "bandido", tem-se um estado avançado de
putrefação.
Nesse ambiente podre, qual a surpresa no fato de a Câmara dos Deputados inocentar réu confesso de "bandidagem", ou seja, da prática de caixa dois, como aconteceu com o deputado João Paulo Cunha?
@ - crossi@uol.com.br
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