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RICARDO MELO
Salve-se quem puder
SÃO PAULO - Deixo para os leitores as conclusões sobre a primeira
reação de autoridades diante da tragédia (anunciada) no Rio de Janeiro. A semelhança com o que governantes falam quando chuvas atingem SP ou qualquer outro lugar do
país não é mera coincidência.
"Nosso apelo é para que as pessoas permaneçam em casa, não
saiam de casa, não levem seus filhos
ao colégio". Eduardo Paes, PMDB,
prefeito do Rio.
"Todas as vias importantes da cidade estão interrompidas por alagamentos. É um risco enorme para
qualquer pessoa tentar atravessar
alagamentos". Idem.
"Os problemas que estamos vendo são estruturais, e compete à prefeitura resolvê-los. Não adianta vir
aqui e dizer que são heranças históricas". Idem.
"Eu peço para essas pessoas se retirarem. É uma loucura, é uma irresponsabilidade permanecer nesse momento. Essas pessoas estão
cometendo quase um suicídio." Governador Sérgio Cabral, PMDB, sobre as áreas de risco.
"Todas as enchentes atingem
mais as pessoas pobres, que moram
em regiões inadequadas. Não é
mais possível permitir que as pessoas ocupem áreas irregulares. É
preciso que os administradores públicos antevejam isso." Presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"A única coisa que a gente pode
fazer, num momento como este, é
pedir a Deus que a chuva pare um
pouco para as coisas melhorarem e
voltarem à normalidade." Idem.
"Devido à forte chuva que atinge
o Rio de Janeiro, por decisão da
Presidência da República, comunicamos o cancelamento da cerimônia de inauguração de obras do
PAC, no Complexo do Alemão, prevista para esta terça-feira (6), que
contaria com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
do ministro da Saúde, José Gomes
Temporão." E-mail enviado pela
assessoria do Ministério da Saúde
aos chefes de reportagem ontem
pela manhã. O presidente estava no
Copacabana Palace.
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