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RUY CASTRO
Redescoberta do sambista
RIO DE JANEIRO - Você conhece
esses sambas. Só não se lembra do
autor, certo?
"Você conhece o pedreiro Valdemar?/ Não conhece?/ Pois eu vou
lhe apresentar..." ("O Pedreiro Valdemar"). "Louco/ Pelas ruas ele andava/ O coitado chorava/ Transformou-se até num vagabundo..."
("Louco"). "Etelvina, minha nega/
Acertei no milhar/ Ganhei 500 contos/ Não vou mais trabalhar..."
("Acertei no Milhar").
"Aquele mundo de zinco que é
Mangueira/ Desperta com o apito
do trem..." ("Mundo de Zinco").
"Quem trabalha é quem tem razão/
Eu digo e não tenho medo de errar/
O bonde São Januário leva mais um
operário/ Sou eu que vou trabalhar..." ("O Bonde São Januário").
"Lá vem a mulher que eu gosto/ De
braço com o meu amigo/ Ai, meu
Deus/ Até parece castigo..." ("A
Mulher Que Eu Gosto").
"Hoje não tem ensaio/ Na escola
de samba/ O morro está triste, o
pandeiro, calado/ Maria da Penha,
a porta-bandeira/ Ateou fogo às
vestes/ Por causa do namorado..."
("Mãe Solteira"). "Alô, padeiro/
Bom dia/ De amanhã em diante/ Eu
vou suspender o pão..." ("Alô, Padeiro"). "Flamengo joga amanhã,
eu vou pra lá/ Vai haver mais um
baile no Maracanã..." ("Samba Rubro-negro").
"Meu chapéu de lado/ Tamanco
arrastando/ Lenço no pescoço/ Navalha no bolso..." ("Lenço no Pescoço"). "Quero uma mulher/ Que
saiba lavar e cozinhar/ E que de manhã cedo/ Me acorde na hora de trabalhar..." ("Emilia"). "Cheguei cansado do trabalho/ Logo a vizinha
me chamou/ Oh, seu Oscar/ Tá fazendo meia hora/ Que a sua mulher
foi embora..." ("Seu Oscar").
De quem são? De Wilson Batista
(1913-1968), com parceiros. Outros
30 sambas poderiam ser citados. O
Rio está redescobrindo um de seus
maiores sambistas, num show de
Rodrigo Alzuguir e Claudia Ventura, dedicado a Wilson Batista, num
teatro do Leblon. Já era tempo.
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