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BOA NOTÍCIA DO IPCA
Contrariando as previsões
do mercado, o resultado da inflação ao consumidor no mês de outubro ficou abaixo do esperado. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo) medido pelo IBGE foi de
0,29%. As projeções giravam em torno de 0,5%. No acumulado do ano, a
inflação chegou, até outubro, a
8,37%. A meta do governo para 2003
é de 8,5%. A estimativa do Banco
Central é a de que o IPCA do ano fechará em 9,69%. Com isso, a inflação de 2003 deverá ficar dentro da
margem de tolerância da meta, que é
de dois pontos percentuais.
Segundo o levantamento do IBGE,
os principais fatores que contribuíram para a redução em outubro foram a queda nos preços dos combustíveis e menor aumento nos alimentos -alguns itens chegaram a
cair 11% em relação a setembro.
Considerando que o IPCA é o índice que norteia as metas do Banco
Central, a boa notícia de outubro sugere que o BC, mesmo em sua política cautelosa, poderá seguir com a
trajetória de queda da taxa de juros
nos próximos meses. A expectativa
de inflação acima de 0,5% fez com
que muitos -inclusive esta Folha-
estimassem que o BC encontraria no
aumento dos preços razões para
adotar um comportamento ainda
mais cauteloso nos cortes da Selic.
Vão assim acumulando-se alguns
sinais auspiciosos para a economia,
depois de um período de enormes dificuldades para o setor produtivo. É
preciso, no entanto, que as autoridades econômicas passem a se concentrar nas condições para que o crescimento possa efetivamente ocorrer de
forma contínua e vigorosa, o que irá
requerer novos investimentos. Nesse
sentido, com as condições favoráveis
que se apresentam, é de esperar que
o BC promova novas reduções nos
juros, ainda muito elevados.
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