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VOLATILIDADE DAS NOTAS
Nos mercados financeiros internacionais, é essencial a disponibilidade de informações que
permitam avaliar a higidez financeira
e os riscos de crédito de empresas,
bancos e países. Em princípio, o pleno acesso a esse tipo de dado possibilitaria que todos os agentes tomassem decisões operacionais com base
nos mesmos elementos, garantindo
a eficiência dos mercados financeiros. Contudo investidores e demandantes de crédito dispõem de diferentes graus de informação, sobretudo em novos empreendimentos. Em
âmbito internacional, essa assimetria torna-se ainda mais aguda devido às diferenças nas normas contábeis, estatísticas e legislações.
Diversos mecanismos foram criados para que informações pertinentes fossem de conhecimento geral.
Em primeiro lugar, as agências de
classificação de risco passaram a
atribuir notas que classificavam os
riscos de crédito dos agentes emissores de títulos de dívida e ações. Em
segundo lugar, disseminaram-se as
publicações de instituições financeiras analisando o desempenho de
empresas e a capacidade de pagamento de países. Em terceiro lugar, o
banco J.P.Morgan começou a divulgar, em tempo real, um índice de risco associado aos países emergentes.
O índice EMBI+, do J.P. Morgan,
procura refletir as expectativas dos
agentes financeiros, o que o torna
um indicador extremamente volátil.
Ainda assim, ele serve de parâmetro
para a composição das carteiras de
investimento recomendadas pelos
analistas financeiros.
Foi o que aconteceu com o Brasil.
Alguns bancos estrangeiros reduziram a proporção "ideal" de títulos e
ações brasileiras na composição do
portfólio dos seus clientes. Os investidores venderam os títulos e derrubaram os preços do C-bond no mercado internacional.
A despeito do rigor nos critérios
utilizados para efetuar essas análises
que desencadeiam movimentos na
composição das carteiras dos investidores, isso faz parte da dinâmica
dos mercados. Para que o país fique
menos sujeito à volatilidade desses
mercados e à tirania desses índices
de risco, teria de reduzir a sua vulnerabilidade externa. Vale dizer, reduzir o déficit em conta corrente.
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