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AVANÇOS INFANTIS
Lugar de criança é na escola. É
com base nesse princípio que o
poder público precisa envidar esforços para combater o trabalho infantil. Nesse quesito, pelo menos, o Brasil segue em bom caminho.
Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado
nesta semana indica que o número
de crianças que trabalham no Brasil
caiu cerca de 20% entre 1992 e 1999.
O total de jovens entre 5 e 17 anos que
desenvolvem atividades laborais baixou de 8,4 milhões para 6,7 milhões.
Infelizmente, nem tudo são boas
notícias nesse terreno. De 1998 a
1999, registrou-se uma significativa
desaceleração na taxa de redução dos
empregados mirins, que ficou em
2,4%. De 1995 a 1998, a queda média
anual havia sido de 13,6%.
É preciso ressaltar a relativa precariedade dos números da OIT. Como
o trabalho infantil é severamente limitado pela legislação brasileira, a
arregimentação de jovens ocorre na
informalidade ou mesmo na clandestinidade, que são naturalmente
refratárias a contagens. A organização fica obrigada, portanto, a utilizar-se de estimativas e extrapolações
que resultam em dados algo imprecisos. Esses números, contudo, são
os únicos disponíveis e constituem
ferramenta fundamental para orientar as ações do Estado.
Acredita-se que parte da redução
do trabalho infantil esteja associada
à introdução de programas oficiais
específicos. Vale aqui destacar a importância de iniciativas do tipo bolsa-escola, que oferecem auxílio financeiro à família do menor tendo como
contrapartida a frequência escolar. É
uma tentativa, ainda que tímida, de
desfazer a armadilha que mantém as
famílias mais pobres presas ao terrível e quase inquebrantável ciclo da
miséria que produz ignorância que
gera mais miséria.
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