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RUY CASTRO
O hormônio do amorRIO DE JANEIRO - A ciência nos
surpreende a cada dia. Acaba de
descobrir que o Viagra não é apenas
o remédio milagroso capaz de devolver os mais relutantes mecanismos aos seus dias de alegria -o que
já seria muito. Torna também o sujeito mais terno, sensível e humano,
não somente com sua mulher ou
namorada, mas de modo geral.
Isso foi constatado há pouco em
experiências feitas com ratos na
Universidade de Wisconsin-Madison (EUA). Os cientistas usaram ratos que ultimamente vinham apresentando problemas de ereção, tédio conjugal e irritabilidade social.
Submetidos ao Viagra, observou-se que esses ratos, em sua maioria,
dedicaram-se a abraçar e beijar carinhosamente suas fêmeas depois
do ato sexual. Nenhum deles acendeu um cigarro ou se virou para o
canto e começou logo a roncar, como costuma ser a norma entre ratos. Os cientistas viram também como muitos dos ratos pesquisados
superaram o tradicional egoísmo e
se seguraram até que suas companheiras tivessem prazer. E, para
completar, houve ratos que, minutos depois do ato, saltaram da cama
e foram alegremente para a cozinha
lavar os pratos do jantar.
Nada de misterioso nisso, e engana-se quem pensa que o Viagra é só
uma versão "high tech" do chá de
catuaba ou da sopa de piranha. Na
verdade, é um dos nomes comerciais do genérico sildenafil, substância que triplica a liberação da
oxitocina no cérebro. A qual, por
sua vez, é um hormônio chamado
na intimidade de "hormônio do
amor", por sua influência na construção de laços afetivos entre os
indivíduos.
Mas é cedo para tirar conclusões
definitivas. As experiências feitas
até agora se limitaram aos ratos. E,
quando se trata de tentar aperfeiçoar suas relações afetivas, o ser humano, como sabemos, é um osso
duro de roer.
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