São Paulo, sábado, 08 de setembro de 2007

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RUY CASTRO

O hormônio do amor

RIO DE JANEIRO - A ciência nos surpreende a cada dia. Acaba de descobrir que o Viagra não é apenas o remédio milagroso capaz de devolver os mais relutantes mecanismos aos seus dias de alegria -o que já seria muito. Torna também o sujeito mais terno, sensível e humano, não somente com sua mulher ou namorada, mas de modo geral.
Isso foi constatado há pouco em experiências feitas com ratos na Universidade de Wisconsin-Madison (EUA). Os cientistas usaram ratos que ultimamente vinham apresentando problemas de ereção, tédio conjugal e irritabilidade social.
Submetidos ao Viagra, observou-se que esses ratos, em sua maioria, dedicaram-se a abraçar e beijar carinhosamente suas fêmeas depois do ato sexual. Nenhum deles acendeu um cigarro ou se virou para o canto e começou logo a roncar, como costuma ser a norma entre ratos. Os cientistas viram também como muitos dos ratos pesquisados superaram o tradicional egoísmo e se seguraram até que suas companheiras tivessem prazer. E, para completar, houve ratos que, minutos depois do ato, saltaram da cama e foram alegremente para a cozinha lavar os pratos do jantar.
Nada de misterioso nisso, e engana-se quem pensa que o Viagra é só uma versão "high tech" do chá de catuaba ou da sopa de piranha. Na verdade, é um dos nomes comerciais do genérico sildenafil, substância que triplica a liberação da oxitocina no cérebro. A qual, por sua vez, é um hormônio chamado na intimidade de "hormônio do amor", por sua influência na construção de laços afetivos entre os indivíduos.
Mas é cedo para tirar conclusões definitivas. As experiências feitas até agora se limitaram aos ratos. E, quando se trata de tentar aperfeiçoar suas relações afetivas, o ser humano, como sabemos, é um osso duro de roer.


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